Duas explosões ocorreram perto do Supremo Tribunal Federal na noite de quarta-feira (13), provocando a evacuação da área e matando uma pessoa, o próprio agressor. Segundo as autoridades, ninguém mais ficou ferido.
A polícia brasileira considera o episódio um ato de terrorismo.
“Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas sim conectado a diversas outras ações que a Polícia Federal vem investigando recentemente”, acrescentou o diretor-geral da Polícia Federal.
O agressor, Francisco Wanderley Luiz, foi candidato a vereador pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, representando a cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina, nas eleições de 2020.
Vídeos das câmeras de segurança do STF mostram Francisco jogando artefatos explosivos em direção a escultura que fica em frente ao prédio do Tribunal, e depois acendendo outro em seu próprio corpo. Momentos antes, o carro do homem também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.
A polícia informou que artefatos explosivos foram encontrados na casa que Francisco alugava em Ceilândia, a cerca de 30 quilômetros do centro de Brasília.
Para o ministro do STF Alexandre de Moraes, o episódio é consequência da polarização política que tomou conta do país nos últimos anos e do que ele chamou de “gabinete do ódio” montado durante o governo Jair Bolsonaro.
“O que aconteceu ontem não é um fato isolado. Se Deus quiser, é um ato isolado, mas no contexto, é algo que começou lá atrás, quando o famigerado ‘gabinete do ódio’ espalhava discursos de ódio contra as instituições, o Judiciário e, principalmente, o Supremo Tribunal Federal. Contra os ministros do Supremo e as famílias dos ministros. Isso foi crescendo, se avolumando, aumentando o descrédito das instituições, resultando no dia 8 de janeiro”, disse o ministro.
Segundo Moraes, o atentado cometido por Francisco reforça a necessidade de eliminar qualquer possibilidade de anistia aos condenados pelos atentados de 8 de janeiro contra a sede do governo brasileiro, bem como a necessidade de regulamentação das redes sociais.
Fonte: The New York Times e Agência Brasil