O acordo do republicano Kevin McCarthy com os conservadores linha-dura da Câmara dos Representantes, que lhes entregaram o martelo de presidente em janeiro, chegou ao fim na terça-feira (3), quando esses mesmos rebeldes de direita, acompanhados pelos democratas, o expulsaram da posição.
O reinado de 269 dias de McCarthy terminou com uma votação de 216-210, a presidência mais curta que a história moderna da política americana já registrou.
A rebelião, liderada pelo deputado conservador Matt Gaetz, republicano da Flórida, levou a Câmara ao caos. A medida para destituir McCarthy – conhecida como “moção para desocupar” – teve o apoio de alguns legisladores de extrema direita que expressaram profundo descontentamento com o líder, que aceitou trabalhar em conjunto com os democratas para evitar uma paralisação do governo no último sábado (30).
O governo americano estava prestes a ser paralisado, já que os legisladores não conseguiram chegar a um acordo sobre o orçamento para o novo ano fiscal. Republicanos de extrema direita exigiam que a Administração de Biden cortasse gastos, o que os democratas se opuseram. O impasse foi parcialmente resolvido com um acordo feito entre democratas e alguns republicanos, com suporte do presidente da Câmara, sobre um orçamento temporário que permitirá o governo continuar cumprindo com suas obrigações até que o orçamento definitivo seja aprovado.
A posição do líder dos republicanos despertou a ira dos legisladores de extrema direita e lançou o partido numa guerra civil. Durante o debate, alguns acusaram Gaetz de arrogância e de lançar a Câmara no caos sem um plano claro sobre quem, se é que alguém, assumiria o cargo.
Os legisladores voltaram para casa e só retornam na próxima terça-feira, já que a Câmara está paralisada sem um orador. Os republicanos têm até lá para pensarem em candidatos para o cobiçado e importante cargo. A próxima eleição de presidente está prevista para ocorrer na próxima quarta-feira.
Fonte: USA Today