A governadora de Nova York, Kathy Hochul, está discretamente fazendo manobras para adiar um plano de cobrança de pedágio aos motoristas que entram no distrito comercial central de Manhattan, marcado para entrar em vigor em algumas semanas, publicou nesta quarta-feira (5) o The New York Times.

O primeiro pedágio de congestionamento do país, que vem sendo elaborado há décadas, está programado para começar em 30 de junho. Os motoristas que usam o E-ZPass pagarão até US$ 15 para entrar em Manhattan ao sul da 60th Street.

Segundo o jornal, mesmo acreditando que o pedágio de congestionamento é uma boa política ambiental, a governadora acha que o momento pode não ser o ideal. Ela teme que a nova cobrança possa dissuadir pessoas de regressarem ao distrito comercial central, que ainda não se recuperou totalmente da pandemia.

A estratégia de Hochul, se for bem-sucedida, também poderá ajudar os seus colegas democratas na Câmara que estarão nas urnas em novembro. Por outro lado, seria um golpe devastador para os defensores do projeto que trabalharam durante mais de uma década para trazer esta mudança para a cidade de Nova York.

Não está claro se o plano ainda em formação de Hochul para adiar a tarifação e substituí-la por outro fluxo de receitas obteria a necessária aprovação da Assembleia Legislativa do Estado de Nova York, que aprovou o pedágio há anos.

O pedágio foi concebido para reduzir o congestionamento em Manhattan e produzir um bilhão de dólares por ano em receitas para a Autoridade Metropolitana de Transportes. Essa receita, por sua vez, financiaria as vastas e necessárias construções no sistema de transporte local.

De acordo com o The NYT, para preencher a lacuna anual de um bilhão de dólares, Hochul está considerando um imposto sobre as empresas da cidade de Nova York. Tal imposto exigiria a aprovação do Legislativo, o que está longe de ser garantido, especialmente faltando apenas dois dias para o fim da sessão legislativa deste ano fiscal.

O plano de cobrar dos motoristas para entrar no distrito comercial central de Manhattan gerou forte oposição de sindicatos, motoristas, do governador Phil Murphy de New Jersey, do ex-presidente Donald J. Trump e dos residentes dos subúrbios de Nova York.

Outras grandes cidades em todo o mundo, incluindo Estocolmo, Londres e Singapura, cobram há anos pedágio para entrar em distritos comerciais centrais, e os especialistas em transportes há muito que acalentam esperanças de que a cidade de Nova York se juntasse ao grupo.

O ex-prefeito Michael R. Bloomberg fez uma tentativa para convencer os legisladores de Albany a aprovar um plano de combate ao congestionamento para a cidade de Nova York, mas acabou fracassando. Foi somente depois do chamado “verão infernal” do sistema de trânsito em 2017 que o plano ganhou força.

Fonte: The New York Times

 

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