Conforme o The New York Times adiantou, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, anunciou na quarta-feira (5) o adiamento por um período indefinido da implementação do pedágio de congestionamento, que deveria entrar em vigor no dia 30 deste mês.
“Após uma consideração cuidadosa, cheguei à difícil decisão de que a implementação do sistema de tarifação de congestionamento envolve muitas consequências indesejadas”, disse ela aos jornalistas.
O objetivo era reduzir o tráfego na cidade mais congestionada dos Estados Unidos, onde a velocidade média de viagem diminuiu para 11 km/h. Quase todos os motoristas que entrassem na parte baixa de Manhattan – ao sul da 60th Street – teriam que pagar um pedágio de US$ 15, o que deveria gerar uma arrecadação de US$ 1 bilhão por ano para o transporte público e, ao mesmo tempo, reduzir a poluição do ar.
Em teoria, quando o custo do congestionamento e da poluição é transferido para os condutores que os criam, estes diminuem a utilização de seus próprios automóveis e passam a utilizar mais o transporte público.
Estudos demonstraram que a tarifação do congestionamento pode reduzir a poluição atmosférica e, por vezes, trazer benefícios significativos para a saúde, tais como taxas reduzidas de asma infantil.
A política também teria ajudado a cidade de Nova York a cumprir o seu objetivo de reduzir a poluição de gases com efeito de estufa em 80% até 2050. Os automóveis são a segunda maior fonte de emissões de CO2 da cidade, atrás apenas dos edifícios, sendo responsáveis por quase um terço, de acordo com dados da cidade.
A perda de receita do pedágio também prejudica os planos de melhorias há muito adiadas no transporte público em Nova York. A receita esperada iria permitir ao MTA financiar a expansão do metro, investir em vagões eléctricos e fazer outras melhorias básicas em infra-estruturas de trânsito com décadas de existência.
Mas a mudança repentina de Hochul mostra quão difícil será implementar este tipo de pedágio nos EUA– uma política amiga do clima que funcionou em outras partes do mundo, como Londres, Singapura e Estocolmo.
Fonte: The Washington Post and The New York Times