A vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata à presidência, escolheu o governador Tim Walz do Minnesota como seu companheiro de chapa na disputa eleitoral de novembro.
O governador não estava no topo das opções até as últimas Semanas, mas Walz, um ex-técnico de futebol americano, nesse curto período, passou de um governador pouco conhecido do Centro-Oeste para uma estrela democrata. Sua ascensão foi alimentada por seus ataques ao ex-presidente Donald J. Trump, incluindo declarações de que os republicanos estavam promovendo ideias “estranhas”. Os democratas esperam que ele possa apelar para os eleitores do meio-oeste.
Em uma publicação no Instagram anunciando sua seleção, Harris enfatizou o histórico do companheiro.
“Uma das coisas que se destacou para mim sobre Tim é como suas convicções sobre lutar por famílias de classe média são profundas”, escreveu Harris na publicação.
Mas os republicanos veem aberturas para lançar esse histórico como excessivamente liberal.
Posições políticas de Walz
Walz trabalhou com a Legislatura controlada pelos Democratas de seu estado para promulgar uma agenda ambiciosa de políticas liberais: mensalidade universitária gratuita para estudantes de baixa renda, refeições gratuitas para crianças em idade escolar, maconha recreativa legal e proteções para pessoas transgênero. Ele também defendeu questões climáticas como governador e enfrentou críticas por sua resposta aos protestos de George Floyd.
Walz vem da América rural
Seria difícil encontrar um representante mais vívido do coração americano do que Walz. Nascido em West Point, Nebraska, uma comunidade de cerca de 3.500 pessoas a noroeste de Omaha, Walz se juntou à Guarda Nacional do Exército e se tornou professor em Nebraska.
Ele e sua esposa se mudaram para Mankato, no sul de Minnesota, na década de 1990. Foi lá que ele ensinou estudos sociais e treinou o time de futebol da Mankato West High School.
Walz serviu 24 anos na Guarda Nacional do Exército antes de se aposentar de um batalhão de artilharia de campanha em 2005 como sargento-mor de comando, uma das patentes mais altas do exército.
Ele e sua esposa tiveram seus dois filhos por fertilização in vitro. Foram necessários sete anos de tratamentos de fertilidade para que eles tivessem a sua primeira filha, a quem deram o nome de Hope. Walz falou sobre a experiência publicamente depois que uma decisão da Suprema Corte do Alabama neste ano anulou o tratamento de fertilização in vitro lá.
Um liberal na área rural com grande habilidade de se comunicar com conservadores
Em sua primeira corrida para o Congresso, Walz derrotou um titular republicano. Isso foi em 2006, quando ele venceu em um distrito congressional predominantemente rural, no sul de Minnesota, contra o deputado de seis mandatos Gil Gutknecht.
Em seu primeiro mandato como governador, Walz enfrentou uma Legislatura dividida entre uma Câmara liderada pelos Democratas e um Senado controlado pelos Republicanos que resistiu às suas propostas de usar impostos mais altos para aumentar o dinheiro para escolas, assistência médica e estradas. Mas ele e os legisladores negociaram compromissos que fizeram o governo dividido do estado ainda parecer produtivo.
As coisas ficaram mais fáceis para Walz em seu segundo mandato, depois que ele derrotou o republicano Scott Jensen, um médico conhecido nacionalmente como um cético em relação às vacinas. Os democratas ganharam o controle de ambas as câmaras legislativas, abrindo caminho para um curso mais liberal no governo estadual, auxiliado por um enorme superávit orçamentário.
Walz e os legisladores eliminaram quase todas as restrições estaduais ao aborto promulgadas no passado pelos republicanos, protegeram os cuidados de afirmação de gênero para jovens transgêneros e legalizaram o uso recreativo da maconha.
Rejeitando os apelos republicanos para que o superávit do orçamento estadual fosse usado para cortar impostos, os democratas financiaram refeições escolares gratuitas para crianças, mensalidades gratuitas em faculdades públicas para estudantes de famílias que ganham menos de US$ 80.000 por ano, um programa de licença médica e familiar remunerada e cobertura de seguro saúde, independentemente do status de imigração da pessoa.
Um crítico de Trump
Walz chamou o candidato republicano Donald Trump e seu companheiro de chapa JD Vance de “simplesmente estranhos” em uma entrevista da MSNBC no mês passado. A palavra rapidamente se transformou em um tema para Harris e outros democratas, e tem a chance de ser uma palavra de ordem da eleição indubitavelmente estranha de 2024.
Fonte: AP