O choro, gênero musical genuinamente brasileiro, também conhecido como ‘chorinho’, foi declarado patrimônio cultural do Brasil, um reconhecimento pelo seu significado para a cultura e história do país.
Esse gênero se caracteriza pela utilização de instrumentos como bandolim, flauta, violão de 7 cordas, pandeiro, cavaquinho e clarinete, que formam a base dos grupos de choro. No entanto, vários outros instrumentos podem ser acrescentados dependendo das centenas de ‘rodas de choro’ que se formaram por todo o Brasil.
O anúncio dessa designação foi feito na quinta-feira (29/02) pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), vinculado ao Ministério da Cultura.
Segundo o IPHAN, o termo “choro” deriva do modo melancólico de tocar música estrangeira no final do século XIX, o que fazia com que seus entusiastas a chamassem de “música que faz chorar”.
O pedido de reconhecimento foi apresentado por diversas organizações, entre elas o Clube de Choro de Brasília, o Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro e o Clube de Choro Santos do estado de São Paulo. Com esse reconhecimento, o choro será inscrito no Livro de Formas de Expressão do IPHAN, ao lado de outros 52 bens do patrimônio cultural imaterial.
O presidente do Clube de Choro de Brasília, o músico Henrique Lima Santos Filho, conhecido como Reco do Bandolim, comentou a importância desse registro, dizendo: “É um ato que nos orgulha e representa a nação. É a primeira manifestação genuinamente brasileira anterior ao samba, refletindo nosso perfil e alma profunda. O Choro reúne influências da Europa e da África; cada região tem sua riqueza. Todos esses elementos se misturam e se transformam nesse ritmo.”
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, elogiou a decisão do IPHAN, afirmando que o choro “é uma construção do povo brasileiro, amada pelo povo brasileiro e que deve ser abraçada por ele”. Ela enfatizou a beleza e a importância do chorinho como patrimônio, destacando sua importância para o povo brasileiro.
Fonte: Agência Brasil