Ele não fica muito tempo longe da mídia. Dessa vez, a notícia envolve indiretamente George Santos, o deputado republicano por Nova York, filho de brasileira, indiciado por fraude, lavagem de dinheiro e posse de dinheiro público.

Um dos funcionários de Santos, Samuel Miele, que atuou na campanha do então candidato nos ciclos eleitorais de 2020 e 2022, foi indiciado por um júri federal do Brooklyn por supostamente se passar por um assessor de alto escalão do Congresso para solicitar contribuições para a campanha do republicano em 2021, de acordo com documentos judiciais.

Miele supostamente se fez passar por um importante assessor do presidente da Câmara, Kevin McCarthy.  Ele é acusado de ter solicitado contribuições de mais de uma dúzia de colaboradores em potencial usando a identidade do assessor em comunicações por telefone e e-mail, diz a acusação.

Miele criou uma conta de e-mail supostamente pertencente ao funcionário de McCarthy e enviou solicitações de arrecadação de fundos assinando o nome completo e o título do assessor, alegam os promotores.

O arrecadador de fundos de Santos recebeu uma comissão de 15% sobre as contribuições de campanha que levantou, diz o documento.

De acordo com a acusação, Miele escreveu a Santos em um email de setembro de 2022: “Fingindo minha identidade para um grande doador”.

“Alto risco, alta recompensa em tudo o que faço”, escreveu Miele também.

O advogado de Miele, Kevin H. Marino, disse em comunicado à CNN que seu cliente “não é culpado dessas acusações”.

Miele se entregou na manhã de quarta-feira (17) e se declarou inocente. Ele foi libertado sob fiança de US$ 150 mil. Uma primeira audiência foi agendada para 22 de agosto.

Enquanto isso, Santos perdeu o prazo para declarar suas finanças

A apresentação de relatórios de divulgação financeira à Câmara anualmente é uma rotina para os mais de 400 deputados que a habitam. Mas para George Santos, o assunto tem potencial para se tornar mais uma novela.

Santos, um republicano em primeiro mandato, perdeu o prazo de 13 de agosto para apresentar seus relatórios, um lapso que pode resultar em multas. Ele já havia recebido uma prorrogação de 90 dias do prazo inicial, que era 15 de maio. Uma porta-voz de Santos não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do jornal The New York Times.

O Comitê de Ética da Câmara recebe e analisa os relatórios, que fornecem ao público informações financeiras mais detalhadas sobre seus representantes.

Há muita especulação sobre se a divulgação financeira de Santos pode esclarecer a origem dos mais de US$ 700 mil que ele emprestou para a sua própria campanha.

Santos afirmou que ganhou o dinheiro legalmente por meio de sua empresa, a Devolder Organization, que, segundo ele, atua como intermediária em negócios envolvendo pessoas ricas.

Mas promotores federais afirmam que Santos falsificou as declarações que fez como candidato à Câmara em 2020 e 2022, dizendo que deturpou sua renda na Organização Devolder e os valores em suas contas bancárias.

Consequências

As taxas cobradas dos deputados que atrasam suas declarações são relativamente insignificantes US$ 200 – os membros do Congresso ganham US$ 174 mil anualmente – e só são impostas se o relatório for atrasado por mais de 30 dias após a data de vencimento.

No caso improvável de Santos não entregar nenhum relatório, ele pode enfrentar uma multa civil de até US$ 71,316.

Fonte: CNN and The New York Times 

Deixe um comentário

The Brasilians