O ex-presidente brasileiro Fernando Collor de Mello foi preso nesta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, para começar a cumprir uma pena de oito anos e dez meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A prisão ocorre após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou seus últimos recursos, considerando-os protelatórios. O ministro Alexandre de Moraes expediu a ordem de prisão após Collor tentar se apresentar voluntariamente no aeroporto a caminho de Brasília.
Collor, que foi o primeiro presidente democraticamente eleito do Brasil após a ditadura, governou de 1990 a 1992 e foi condenado em 2023 por ter recebido propinas que somam 20 milhões de reais (aproximadamente US$ 3,5 milhões) entre 2010 e 2014. Os pagamentos teriam sido feitos pela construtora UTC Engenharia em troca da facilitação de contratos com a BR Distribuidora, subsidiária da estatal Petrobras. O caso surgiu no âmbito da ampla investigação da Operação Lava Jato, que revelou um esquema de corrupção sistêmica envolvendo autoridades públicas e empresários em toda a América Latina.
Após renunciar em meio a um processo de impeachment em 1992, Collor retornou à política e exerceu mandato como senador entre 2007 e 2023. Apesar da sua influência política reduzida, a prisão reforça o compromisso contínuo do Brasil no combate à corrupção nos mais altos escalões do poder. O STF deve reavaliar a prisão em uma sessão plenária nos próximos dias.
Collor não se manifestou publicamente sobre a prisão. Sua equipe jurídica sustenta que as acusações se baseiam apenas em depoimentos, sem provas concretas, e continua contestando a condenação.
Fontes: The Rio Times e AP News