O ex-deputado dos EUA George Santos, filho de uma imigrante brasileira, foi condenado nesta sexta-feira (25) a 87 meses — mais de sete anos — de prisão federal por fraude eletrônica e roubo de identidade qualificado. O republicano de 36 anos, natural de Nova York, admitiu uma série de esquemas criminosos que envolveram sua campanha política para enganar doadores, desviar fundos e roubar identidades. Além da pena de prisão, Santos foi condenado a pagar US$ 373 mil em restituição às suas vítimas.
A defesa de Santos pediu a pena mínima de 2 anos, mas a juíza Seybert seguiu a recomendação dos promotores federais para uma pena de 87 meses de prisão. Os promotores argumentaram que Santos precisava cumprir uma longa sentença para refletir a “gravidade de seus crimes sem precedentes” e “proteger o público de futuras fraudes”.
Um Padrão de Engano
A condenação de Santos decorre de um padrão de comportamento fraudulento durante e após sua campanha para o Congresso em 2022. Foi constatado que ele roubou as identidades de pelo menos 11 pessoas, incluindo membros da própria família, para fazer doações não autorizadas à campanha. Além disso, ele apresentou informações financeiras falsas à Comissão Federal de Eleições e recebeu benefícios de desemprego enquanto estava empregado.
O caso contra Santos incluiu 23 acusações, abrangendo fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e declarações falsas. Os promotores destacaram sua falta de remorso, citando declarações públicas e postagens nas redes sociais em que se retratava como vítima de excessos por parte da promotoria.
Expulsão e Consequências
Santos foi expulso do Congresso em dezembro de 2023, pouco mais de um ano após o início de seu mandato, após a revelação de sua conduta enganosa. Apesar da gravidade de suas ações, ele continuou a buscar atenção pública por meio de plataformas como Cameo e OnlyFans, oferecendo vídeos personalizados a fãs e tentando arrecadar dinheiro para cobrir suas despesas legais.
Em uma declaração antes da sentença, Santos demonstrou resignação diante de seu destino, agradecendo tanto aos apoiadores quanto aos críticos. Mas ele continuou promovendo seu serviço de vídeos no Cameo, destacando seus esforços contínuos para manter uma presença pública, apesar dos desafios legais que enfrenta.
Santos deverá se apresentar para cumprir pena até 25 de julho de 2025.
Ele disse ao The New York Times que não pedirá perdão presidencial porque sente que precisa assumir a “responsabilidade e prestação de contas” pelo que fez.
Fontes: AP e The New York Times