Os Estados Unidos continuam num ritmo de descendência no ranking dos passaportes mais poderosos do mundo. O país caiu para o 9º lugar no Henley Passport Index, uma classificação dos passaportes do mundo de acordo com o número de destinos que seus titulares podem acessar sem um visto prévio.
A mobilidade global é uma medida importante de ‘soft power’ para os cidadãos de uma nação. Um passaporte dos EUA atualmente dá ao seu portador acesso a 186 destinos sem visto.
Em comparação, os cidadãos de Cingapura — o passaporte nº 1 no ranking — têm acesso sem visto a 195 destinos de viagem do total de 227 ao redor do mundo. O segundo passaporte mais poderoso do mundo é o Japão, que dá acesso a 193 destinos sem a necessidade de visto.
Há pouco mais de uma década, em 2014, os EUA ocupavam a 1ª posição ao lado do Reino Unido.
A classificação dos Estados Unidos é mantida baixa por sua falta de reciprocidade, de acordo com a Henley & Partners. Enquanto os portadores de passaporte americano podem acessar 186 dos 227 destinos sem visto, o próprio EUA permitem que apenas 46 outras nacionalidades passem por suas fronteiras sem visto, colocando-os bem abaixo no Henley Openness Index, em 84º lugar. O Openness Index classifica países e territórios em todo o mundo de acordo com o número de nacionalidades que permitem a entrada sem um visto prévio.
Alguns especialistas culpam o declínio do poder do passaporte dos EUA pela postura “América Primeiro” do país. “Mesmo antes do advento de uma segunda presidência de Trump, as tendências políticas americanas se tornaram notavelmente introvertidas e isolacionistas”, disse Annie Pforzheimer, associada sênior do thinktank de Washington Center for Strategic and International Studies. “Embora a saúde econômica dos EUA dependa fortemente da imigração, turismo e comércio, os eleitores, durante a campanha presidencial de 2024, foram alimentados com uma narrativa de que a América pode (e deve) ficar sozinha. Em última análise, se tarifas e deportações forem as ferramentas políticas padrão do governo Trump, os EUA não apenas continuarão a cair no índice de mobilidade em uma base comparativa, mas provavelmente o farão também em termos absolutos. Essa tendência, em conjunto com a maior abertura da China, provavelmente dará a Àsia o maior domínio do ‘soft power’ em todo o mundo.”
Em contraste com os americanos, os cidadãos chineses viram sua mobilidade aumentar na última década, com o país subindo do nº 94 em 2015 para o nº 60 em 2025 no índice Henley. Sua pontuação de isenção de visto aumentou em 40 destinos em 10 anos. E em termos de sua abertura para outras nações, a China também subiu no Índice de Abertura Henley. A China concedeu acesso sem visto a mais 29 países apenas no ano passado, e agora está no nº 80 no ranking, concedendo entrada sem visto a um total de 58 nações no início do novo ano.
Passaportes mais poderosos do mundo: Top 5
Depois de Cingapura e Japão, um grupo de seis nações, cada uma com acesso a 192 destinos sem visto prévio — Finlândia, França, Alemanha, Itália, Coreia do Sul e Espanha — agora está em 3º lugar no ranking, que é baseado em dados da International Air Transport Association (IATA).
A quarta posição é compartilhada por sete nações — Áustria, Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Suécia — com uma pontuação de destino sem visto de 191.
Chegando em quinto lugar, um grupo de cinco países está empatado com acesso a 190 destinos sem visto: Bélgica, Nova Zelândia, Portugal, Suíça e Reino Unido.
No total, os cidadãos de 27 países têm mais mobilidade global sem visto do que os americanos.
Posição do Brasil
O Brasil é o 18º passaporte mais poderoso do mundo em 2025. O país caiu uma posição em relação a lista do ano passado, dando aos cidadãos brasileiros acesso sem visto a 171 países.
Fonte: Forbes