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Após décadas banidas dos guarda-roupas tradicionais (não no Brasil!), uma das peças de vestuário que mais divide opiniões – a sunga – está voltando a ocupar as praias e piscinas do mundo todo.

Há quem argumente que a vestimenta nunca saiu de moda. Praias e piscinas na Europa (principalmente na França) há muito são um espaço seguro para os fãs do estilo Speedo. Não é nem preciso mencionar o Brasil.

Mas evidências mostram novos adeptos a moda.

A Speedo, um dos principais fornecedores da peça de banho, relata que em 2023, as vendas na Europa, Oriente Médio e África aumentaram mais de 200% em comparação a 2022. Nos EUA, a marca relata um aumento nas vendas de 54% entre 2020 e 2021 e espera superar esse número em 2023 (a marca não tem dados precisos de 2022).

O ressurgimento da vestimenta pode estar relacionado a um movimento mais amplo em direção a proporções mais curtas na moda masculina, disse Stephen Doig, editor de estilo masculino do jornal britânico The Telegraph. “Então talvez os micro shorts de banho sejam uma progressão natural”, disse ele, acrescentando que a moda praia masculina é um mercado “em expansão”.

A adoção da sunga por várias celebridades também contribui para a popularização da peça. Daniel Craig como James Bond em “Cassino Royale” (2006), o mergulhador olímpico Tom Daley, as estrelas do futebol David Beckham e Cristiano Ronaldo, o ator Luke Evans, assim como o cantor Ricky Martin e o estilista Giorgio Armani, todos já foram fotografados e filmados vestindo apenas o controverso item. Sem falar no astro de cinema Arnold Schwarzenegger, que é um devoto há várias décadas.

Tentativa de banimento 

A Austrália – supreendentemente – tem uma longa história de autoridades tentando controlar o que os banhistas usavam na praia: em 1907 – pasmem- uma proposta sugeria que homens usassem ternos na praia. Foi fortemente protestada e finalmente rejeitada.

Por décadas e décadas depois, inspetores munidos de fita métrica patrulhavam as praias à procura de qualquer um que usasse vestimentas de banho ousadas. Não era só na Australia não. Cenas semelhantes também aconteceram em algumas praias dos Estados Unidos, principalmente ao longo da década de 1920. Em 1961, quando sungas foram usadas pela primeira vez na praia de Bondi, em Sydney, o tamanho da vestimenta levantou sobrancelhas, deixou queixos caídos e teve até mesmo homens presos pela polícia por atentado ao pudor (as acusações acabaram sendo retiradas porque as cuecas não revelavam os pelos pubianos).

Esses episódios eram publicidade gratuita para Speedo. As vendas da marca explodiram globalmente e as peças foram adotadas por todas as categorias demográficas, de homens mais velhos a atletas olímpicos. Nas Olimpíadas do México de 1968, 27 dos 29 medalhistas de ouro na piscina usavam roupas de banho Speedo.

As sungas reinaram supremas durante anos 1970 e 80, mas nos anos 90, os shorts largos dominaram a praia. As sungas tornaram-se cômicas – uma fantasia, uma relíquia, uma piada.

Pelo visto até a segunda década deste milênio.

Fonte: CNN 

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