Em meio a um impasse de anos no Congresso sobre uma reforma geral nas leis de imigração, o presidente Biden abriu uma porta dos fundos para permitir que centenas de milhares de novos imigrantes entrem no país.

No ano passado, o governo iniciou um programa humanitário para oferecer refúgio a pessoas que fogem da Ucrânia, Haiti e América Latina, oferecendo aos imigrantes a oportunidade de obter rapidamente uma autorização de trabalho, desde que tenham um patrocinador em solo americano que se responsabilizem financeiramente até eles se estabilizarem no País.

Até meados de abril, cerca de 300 mil ucranianos haviam chegado aos Estados Unidos por meio de programas como esse – um número maior do que todas as pessoas de todo o mundo admitidas pelo programa oficial de refugiados dos EUA nos últimos cinco anos.

Até o final de 2023, espera-se que cerca de 360 mil venezuelanos, cubanos, nicaraguenses e haitianos sejam admitidos por meio de uma iniciativa semelhante de patrocínio privado introduzida em janeiro deste ano para tentar conter a entrada desses imigrantes pela fronteira com o México.

O governo Biden também expandiu o número de pessoas que estão nos Estados Unidos com o chamado status de proteção temporária, um programa que o ex-presidente Donald J. Trump tentou encerrar. Cerca de 670 mil pessoas de 16 países tiveram suas proteções estendidas ou tornaram-se elegíveis desde que Biden assumiu o cargo, de acordo com um novo relatório do Pew Research Center.

Ao todo, esses programas humanitários temporários podem se tornar a maior expansão da imigração legal no País em décadas.

O principal desafio de aumentar a imigração legal assim é que os tribunais podem ser acionados a qualquer momento e decidir que a medida é um abuso de poder discricionário e suspender tudo – situação do DACA, programa criado pelo ex-presidente Barack Obama, que garante status legal temporário a jovens estudantes que entraram ilegalmente nos EUA trazidos pelos pais.

Vinte estados liderados por republicanos, incluindo Texas, Flórida, Tennessee e Arkansas, entraram com um processo em um tribunal federal para suspender o programa de liberdade condicional para residentes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, argumentando que o plano admitirá 360 mil novos imigrantes por ano e sobrecarregará os estados com custos adicionais para saúde, educação e aplicação da lei.

Por outro lado, empregadores, sobretudo em indústrias que estão sofrendo declínio de mão-de-obra, estão contentes com a política de Biden.

Um estudo divulgado na semana passada pelo FWD.us, um grupo pró-imigração bipartidário, estimou que cerca de 450 mil imigrantes do Afeganistão, Ucrânia e países latino-americanos que entraram nos Estados Unidos por meio de programas humanitários estavam preenchendo empregos em indústrias que enfrentam escassez crítica de mão-de-obra, incluindo construção, serviços de alimentação, saúde e manufatura.

Fonte: The New York Times

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