A empresa de mídia do presidente Americano Donald Trump processou um juiz da Suprema Corte brasileira na quarta-feira (19), acusando-o de censurar ilegalmente vozes de direita nas redes sociais.

A ação incomum se tornou ainda mais extraordinária pelo momento em que ocorreu: poucas horas antes, a justiça brasileira havia recebido uma acusação de uma suposta tentativa de golpe de estado por Bolsonaro e seus aliadados.

A empresa Trump Media & Technology Group — que é majoritariamente de propriedade de Trump e administra a rede social criada pelo presidente Truth Social — processou o juiz Alexandre de Moraes no tribunal federal dos EUA em Tampa, Flórida. A ação tem como autora a Rumble, uma plataforma de vídeo que, assim como a Truth Social, se apresenta como um lar para a liberdade de expressão.

As duas empresas acusam Moraes de infringir a Primeira Emenda da Constituição americana, que trata da liberdade de expressão, por ter ordenado a Rumble a retirada de contas de alguns comentaristas de direita brasileiros baseados em território americano, como o ex-colunista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo.

No processo, a empresa de Trump a medida ao dizer que “desde 2022, o ministro Moraes teria ordenado a suspensão de quase 150 contas, visando críticos do atual presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva, incluindo legisladores conservadores, jornalistas, juristas e até músicos”.

A ação pede que a Justiça americana proporcione salvaguardas as duas empresas contra possíveis decisões do ministro Moraes. Os advogados pedem que sejam “declaradas inexequíveis” pelo Tribunal da Flórida ordens para a retirada do ar de contas de brasileiros baseadas nos EUA e que o judiciário dos EUA “proíba o ministro Moraes de obrigar qualquer terceiro – como Apple, Google e todas as pessoas ou entidades agrupadas sob sua direção — a remove ou excluir o aplicativo Rumble ou quaisquer aplicativos de suas respectivas lojas”.

Trump e Bolsonaro são aliados, com inúmeras perspectivas públicas e mútuas de apoio político. Desde a nova denúncia, no entanto, Trump não se manifestou publicamente sobre a situação do aliado brasileiro. Bolsonaro tentou ir à posse de Trump em Washingtoj D.C. no mês passado, mas o Supremo Tribunal brasileiro, que retém o passporte do ex-presidente, não o liberou para ir.

Fontes: The New York Times e BBC

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