As recessões geralmente pegam todos de surpresa. Há uma chance muito boa de que a próxima não.
Os economistas vêm prevendo uma recessão há meses, e a maioria acredita que isso ocorrerá ainda no primeiro trimestre deste ano. Se será profunda ou mais leve, longa ou curta, ainda está em debate, mas a ideia de que a economia está entrando em um período de contração é praticamente consenso entre os economistas.
“Historicamente, quando você tem inflação alta e o Fed (Federal Reserve) está aumentando as taxas de juros para conter a inflação, isso resulta em uma desaceleração ou recessão”, disse Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics a rede CNBC. “Isso invariavelmente acontece – o clássico cenário de superaquecimento que leva a uma recessão. Já vimos essa história antes. Quando a inflação aumenta e o Fed responde elevando as taxas de juros, a economia acaba cedendo sob o peso das taxas de juros mais altas”.
Ironicamente, o Fed está desacelerando a economia, depois que veio socorrê-la nas duas últimas crises. O banco central ajudou a estimular os empréstimos levando as taxas de juros a zero e aumentou a liquidez do mercado adicionando trilhões de dólares em ativos ao seu balanço. Agora está desfazendo esse balanço e elevou rapidamente as taxas de juros de zero em março – para uma faixa de 4,25% a 4,5% no mês passado.
Mas o Fed agora tem uma batalha séria contra a inflação. Ele prevê aumentos adicionais das taxas de juros, e os economistas esperam que possam manter essas taxas altas para controlar a inflação.
Qual será a gravidade da recessão?
Uma recessão é uma desaceleração econômica prolongada que afeta amplamente a economia e geralmente dura dois trimestres ou mais. O National Bureau of Economic Research, o árbitro das recessões, considera que quanto mais profunda é a desaceleração, mais ela dura.
“Espero uma (recessão) curta e superficial”, disse Diane Swonk, economista-chefe da KPMG. “A boa notícia é que devemos ser capazes de nos recuperar rapidamente”.
Embora o potencial de recessão esteja no horizonte há algum tempo, o Fed até agora falhou em realmente desacelerar o emprego e esfriar a economia por meio do mercado de trabalho. Mas os anúncios de demissões estão aumentando e alguns economistas veem o potencial de declínio de emprego nos próximos meses.
Nesta segunda-feira (23), o Spotify (SPOT) anunciou que cortará 6% da sua força de trabalho para reduzir custos. A empresa se junta a outros gigantes da área de tecnologia como Amazon, Google, e Microsoft na redução de pessoal à medida que a economia global desacelera.
Fonte: CNBC