Dois dos quatro norte-americanos sequestrados por homens armados em uma cidade da fronteira entre os Estados Unidos e o México na sexta-feira (3) foram encontrados mortos, informaram autoridades mexicanas na terça-feira (7).
Os quatro americanos foram localizados no que parece ser uma clínica médica em Matamoros, disse à CNN uma autoridade americana familiarizada com a investigação em andamento. Um dos dois sobreviventes está gravemente ferido.
O grupo foi sequestrado à mão armada em Matamoros, no que parece ter sido um caso de identidade trocada.
Os quatro americanos eram amigos e viajavam da Carolina do Sul para o México para que um deles – uma mãe de seis filhos – pudesse passar por um procedimento medico em uma cidade mexicana próxima à fronteira, disse um dos familiares à CNN. Uma vez na fronteira, eles foram alvejados por pistoleiros não identificados, “colocados em um veículo e retirados do local por homens armados”, segundo o FBI.
Os investigadores acreditam que os americanos foram alvo de um cartel mexicano que provavelmente os confundiu com traficantes de drogas haitianos, disse à CNN um funcionário dos EUA. Os cidadãos americanos não têm antecedentes criminais identificados.
Os perigos do turismo médico
O sequestro do grupo destaca a violência contínua que assola algumas cidades mexicanas durante a guerra interminável do tráfico de drogas no México, bem como os perigos do crescente negócio do “turismo médico” na região.
Esta viagem foi a segunda vez que Washington McGee, mãe de seis filhos, foi ao México para um procedimento médico, segundo informou sua mãe. Ela já havia viajado ao país para uma cirurgia há cerca de dois ou três anos.
Um amigo próximo de Washington McGee, que não quis ser identificado, disse à CNN que a viagem era para uma cirurgia estética. O grupo reservou um hotel em Brownsville e planejava ir até Matamoros para a cirurgia, segundo o amigo.
O México está se tornando um destino particularmente popular para o “turismo médico”, atraindo viajantes que buscam alternativas mais baratas ou tratamentos médicos não aprovados ou indisponíveis nos EUA. Mas o Centro de Controle de Doenças (CDC) adverte que a tendência crescente pode trazer riscos perigosos, dependendo do destino e da instalação, incluindo infecções e possíveis complicações pós-procedimento.
O México é o segundo destino mais popular para turismo médico globalmente. Cerca de 1,4 a 3 milhões de pacientes viajam ao país anualmente para aproveitar tratamento mais baratos, de acordo com a Patients Beyond Borders, uma empresa internacional de consultoria em saúde.
Matamoros, no entanto, não é considerado um destino primário de viagens médicas porque não há centros médicos/clínicas especializadas credenciados internacionalmente lá ou nas proximidades.
Cidade do México, Cancun e Tijuana são destinos mais frequentados. Em média, os americanos podem economizar de 40% a 60% nos principais procedimentos mais comuns feitos por estrangeiros no México, de acordo com uma análise de dados do ministério da saúde de 2020 realizada com pacientes além das fronteiras.
Alerta em nível 4
O Departamento de Estado norte-americano emitiu um aviso de “Nível 4”, ou seja, “Não Viaje” para os cidadãos americanos que pensam em ir a Tamaulipas, citando crimes e sequestros como razão para os cidadãos não se aventurarem na cidade.
As cidades mexicanas que o Departamento de Estado recomenda os cidadãos americanos a não viajarem são:
• Estado de Colima devido ao crime e sequestro.
• Estado de Guerrero devido ao crime.
• Estado de Michoacan devido a crime e sequestro.
• Estado de Sinaloa devido a crime e sequestro
• Estado de Tamaulipas devido a crimes e sequestros.
• Estado de Zacatecas por crime e sequestro.
Fonte: CNN