O mundo poderá ter o seu primeiro trilionário dentro de 10 anos se as atuais tendências de desigualdade continuarem, afirmou o grupo Oxfam International num relatório publicado na segunda-feira (15), refletindo a disparidade crescente entre os ricos e os pobres do mundo.
O relatório, intitulado “Desigualdade Inc.”, foi divulgado no mesmo dia do início do Fórum Económico Mundial anual em Davos, na Suíça. Os autores do estudo afirmam que o mundo está vivendo uma “década de divisão”, salientando que, desde 2019, as cinco pessoas mais ricas do mundo quase duplicaram a sua riqueza, enquanto quase 5 mil milhões de pessoas ficaram mais pobres.
Usando dados da Forbes, os autores do relatório calcularam que a riqueza combinada dos cinco homens mais ricos do mundo – o CEO da Tesla, Elon Musk; Bernard Arnault e sua família, proprietários do grupo de produtos de luxo LVMH; o fundador da Amazon, Jeff Bezos; o fundador da Oracle, Larry Ellison; e o investidor Warren Buffett – aumentou de US$ 453 bilhões em 2019 para US$ 869 bilhões em novembro de 2023.
De acordo com a metodologia usada, os autores destacaram que se essa trajetória de crescimento continuar, prevê-se que Musk – a pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes – se torne um trilionário em menos de nove anos.
“Se cada um dos cinco homens mais ricos gastasse um milhão de dólares diariamente, levariam 476 anos para esgotar a sua riqueza combinada”, escreveram os autores da Oxfam.
Mas, diz a Oxfam, para as pessoas mais pobres do mundo – que incluem sobretudo mulheres e grupos marginalizados em todas as sociedades – “a vida quotidiana tornou-se mais brutal” desde 2019. Os motivos abrangem os efeitos da pandemia do coronavírus, bem como a escalada dos conflitos, a aceleração da crise climática e o aumento do custo de vida.”
Fonte: The Washington Post