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Representantes de quase 200 países concordaram, na conferência climática COP28, na quarta-feira (13), a começar a reduzir o consumo global de combustíveis fósseis para evitar o pior das alterações climáticas, sinalizando o eventual fim da era do petróleo.

O acordo alcançado em Dubai, após duas semanas de árduas negociações, pretendia enviar uma mensagem poderosa aos investidores e políticos de que o mundo está unido no seu desejo de romper com os combustíveis fósseis, algo que os cientistas dizem ser a melhor esperança para evitar uma catástrofe climática.

O presidente da COP28, o sultão al-Jaber, chamou o acordo de “histórico”, mas acrescentou que o seu verdadeiro sucesso estaria na sua implementação.

“Somos o que fazemos, não o que dizemos”, disse ele ao plenário lotado na cúpula. “Devemos tomar as medidas necessárias para transformar este acordo em ações tangíveis”.

Vários países aplaudiram o acordo por concretizar algo que até agora tem ficado de for a das negociações sobre o clima.

“É a primeira vez que o mundo se une em torno de um texto tão claro sobre a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega, Espen Barth Eide.

Mais de 100 países fizeram forte lobby por uma linguagem forte no acordo COP28 para “eliminar gradualmente” o uso de petróleo, gás e carvão, mas encontraram forte oposição do grupo produtor de petróleo OPEP, liderado pela Arábia Saudita, que afirmou que o mundo pode reduzir as emissões sem eliminar combustíveis específicos.

Essa batalha empurrou a conferência para um dia inteiro de prorrogação na quarta-feira, e deixou alguns observadores preocupados sobre um impasse.

Redução de emissões

O acordo apela à “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa… de modo a atingir o zero líquido até 2050, de acordo com a ciência”.

Até certo ponto, essa linguagem descreve o que já começou a acontecer, com alguns governos promulgando políticas nos últimos anos para fazer a transição para uma economia mais verde.

O acordo apela aos governos para que acelerem esse processo – especificamente triplicando a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030, acelerando os esforços para reduzir a utilização de carvão e acelerando tecnologias como a captura e armazenamento de carbono, que podem limpar indústrias difíceis de descarbonizar.

Agora que o acordo foi alcançado, os países são responsáveis pela concretização através de políticas e investimentos nacionais.

A China, hoje o maior poluidor de carbono do mundo, sugeriu que os países industrializados deveriam liderar o caminho.

“Os países desenvolvidos têm responsabilidades históricas pelas alterações climáticas”, disse o vice-ministro do Ambiente do país, Zhao Yingmin, após a aprovação do pacto.

O petróleo, o gás e o carvão representam cerca de 80% da energia mundial, e as projeções variam muito sobre quando a procura global atingirá finalmente o seu pico.

Fonte: Reuters 

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