A adaptação em live-action de Branca de Neve da Disney estreará nesta sexta-feira, 15 de março, nos Estados Unidos. Em um movimento incomum, a Disney decidiu reduzir sua tradicional estreia grandiosa em Los Angeles.
Estrelado por Rachel Zegler e dirigido por Marc Webb, Branca de Neve gerou um grande burburinho desde que foi anunciado. O projeto rapidamente se envolveu em controvérsias, gerando debates sobre escolhas de elenco, representação cultural, a interpretação dos elementos clássicos de contos de fadas e o atual clima de correção política.
O Elenco de Rachel Zegler como Branca de Neve
Uma das controvérsias mais comentadas gira em torno do elenco de Rachel Zegler, uma atriz latina, no papel icônico de ‘Branca de Neve’. Embora a Disney tenha dado passos significativos nos últimos anos para diversificar seu elenco, fãs de Branca de Neve expressaram frustração com a decisão de escalar uma atriz não europeia para o papel da tradicional princesa de pele clara.
Alguns críticos argumentam que a escolha de elenco se afasta demais da representação original da personagem no filme animado de 1937, onde Branca de Neve é famosa por ser retratada como de pele muito clara, com cabelo preto e lábios vermelhos, refletindo os ideais de beleza ocidentais da época. Críticos também apontam que o novo filme de ‘Branca de Neve’, ao contrário do original, incorporará temas de diversidade e sensibilidade cultural, algo que alguns acham desnecessário para uma história enraizada no folclore europeu.
No entanto, os defensores da escolha do elenco argumentam que ela reflete a natureza em mudança dos contos de fadas e enfatiza a necessidade de adaptações modernas que reflitam um público global e diversificado. Eles sugerem que a raça de Branca de Neve não deve estar atrelada à integridade de seu personagem ou à essência da história, que trata de bondade, resiliência e beleza interior.
A Remoção dos Sete Anões
Outro ponto de controvérsia foi a decisão da Disney de reimaginar os sete anões de uma maneira que se distancia da representação tradicional no filme de 1937. No original ‘Branca de Neve’, os anões são retratados como personagens excêntricos e cativantes, cada um com sua personalidade distinta. No entanto, o novo filme ‘Branca de Neve’ gerou controvérsia ao anunciar que os anões não seriam interpretados por anões, mas seriam reimaginados com um grupo de atores mais diversificado.
Enquanto alguns espectadores acreditam que essa decisão visa tornar o filme mais inclusivo, outros levantaram preocupações sobre como a nova interpretação pode apagar ou prejudicar a representação histórica dos anões no cinema. Em resposta a essas preocupações, a Disney enfrentou críticas de grupos de defesa dos anões, que argumentam que a decisão prejudica as oportunidades para atores que fazem parte dessa comunidade.
Além disso, alguns fãs criticaram a escolha como uma ação de “politicamente correto” que negligencia o aspecto central da história original. Ao se afastar tanto da tradição, a Disney é acusada de priorizar sensibilidades modernas em detrimento da integridade do material original.
A Nova Narrativa Feminista de ‘Branca de Neve’
Outro ponto de contenda na reinterpretação de ‘Branca de Neve’ pela Disney é sua narrativa feminista atualizada. Na nova versão da história, Branca de Neve é supostamente retratada como mais independente e proativa, assumindo um papel mais empoderado em seu próprio resgate, em vez de esperar ser salva pelo Príncipe Encantado. Essa mudança faz parte da tendência mais ampla da Disney de dar às suas personagens femininas mais agência e complexidade.
Embora muitos aplaudam a tentativa do filme de modernizar Branca de Neve e empoderar as jovens espectadoras, alguns fãs argumentam que essa revisão altera fundamentalmente o núcleo do personagem. Críticos afirmam que os temas de inocência e vulnerabilidade da história original foram substituídos por uma agenda mais contemporânea, sacrificando a simplicidade do conto de fadas em favor de uma mensagem de empoderamento. Alguns defendem que o espírito dos contos de fadas está no seu escapismo, e uma agenda política moderna pode desviar da magia da história.
Embora a Disney tenha sido amplamente elogiada por seu progresso em diversidade e inclusão em seus filmes, essas mudanças levantaram questões sobre se a empresa está indo longe demais ao tentar atender ao clima social atual. Alguns espectadores argumentam que a constante busca por representações diversas e progressivas em filmes pode resultar na distorção de personagens e narrativas clássicas, as quais algumas pessoas sentem que deveriam permanecer como foram originalmente concebidas.
Por outro lado, os defensores dessas mudanças argumentam que já era hora da Disney adaptar seus filmes às realidades de uma sociedade multicultural e mais consciente de gênero. Eles afirmam que reimaginar histórias clássicas com elencos diversos e novas perspectivas pode oferecer às crianças uma compreensão mais ampla do mundo.
A verdade é que, no mundo polarizado em que vivemos hoje, qualquer caminho escolhido pelos produtores do filme descontentaria ou um ou outro.
Portanto, o sucesso ou fracasso do filme pode depender de como o público receberá essas mudanças, e se estão prontos para abraçar uma nova versão de Branca de Neve—ou se preferem manter o conto clássico como foi por gerações.