Lionel Messi, um dos maiores jogadores de futebol da história, está vindo para o Inter Miami, após rejeitar uma proposta de US$ 500 milhões da Arábia Saudita e uma pressão para retornar ao FC Barcelona, onde passou os primeiros 21 anos da sua carreira.
Messi tem uma casa de férias no sul da Flórida, visita com frequência a cidade e já disse em várias ocasiões que a ideia de jogar nos Estados Unidos e experimentar o estilo de vida de Miami com sua família o atraía.
“Tive ofertas de outras seleções europeias, mas depois de vencer a Copa do Mundo, a única coisa que faltava para fechar aquele capítulo da minha carreira, decidi que era hora de ir para a MLS para viver o futebol de uma forma diferente e aproveitar mais o meu dia a dia”, disse Messi ao Mundo Deportivo. “Obviamente com a mesma responsabilidade e vontade de vencer, e de fazer bem as coisas, mas com mais tranquilidade.”
O acordo inclui salário, bônus e participação na equipe por um valor total de US$ 125 milhões a US$ 150 milhões. As contribuições dos patrocinadores da MLS, Apple e Adidas, ainda estão sendo finalizadas e baseadas no crescimento da liga que Messi deve gerar.
E o que ganha o futebol dos EUA com a presença de Messi?
A chegada de Messi aos EUA será a mais recente no que tem sido uma tendência de jogadores de futebol excepcionais impulsionarem o futebol americano com sua presença, como foi com Pelé na década de 1970 e depois com Beckham na década de 2000.
Nenhum jogador na história do futebol masculino americano teve um efeito sísmico na trajetória desse esporte no país como Pelé. A lenda brasileira ingressou no New York Cosmos da recém-criada North American Soccer League em 1975. O Cosmos, apoiado pelo poder corporativo do império de mídia Warner Communications, estava tentando fazer o que nenhum outro clube de futebol na história americana jamais fez: tornar o futebol relevante neste país. Por um breve período, parecia que eles teriam sucesso.
A mera presença de Pelé no Cosmos certamente trouxe alguns benefícios de curto prazo: a média de público do clube aumentou de cerca de 3.500 torcedores em 1975 para cerca de 45.000. Por três vezes, o Cosmos atraiu mais de 70.000 torcedores para assistir a Pelé no Giants Stadium, um feito inédito na época.
As crianças que assistiram a Pelé durante sua estada de três anos nos Estados Unidos se tornaram a primeira grande geração de jogadores de futebol dos EUA, os pioneiros que se classificaram para a Copa do Mundo de 1990 e quatro anos depois na edição de 1994 do torneio, que aconteceu em casa.
Anos e anos depois, quando o inglês David Beckham chegou à MLS em 2007, a liga estava mais bem equipada para aproveitar ao máximo sua nova superestrela global. Naquela temporada, a liga tinha 13 times. Em 2023, a MLS tem 29 times. É inegável o crescimento do esporte no país e a importância desses jogadores.
A presença de Messi na MLS pode ter um efeito semelhante ao que Pelé e Beckham tiveram em relação a exposição internacional da liga, vendas de mercadorias e interesse de outros jogadores no futebol americano. E ele está ingressando em uma liga que está em uma posição mais forte do que qualquer um dos seus antecessores. É difícil imaginar que qualquer estádio da MLS não estará lotado para assistir a um homem que muitos consideram o maior jogador da história do esporte. De qualquer forma, os estádios específicos para futebol da MLS, muitos dos quais com capacidade para 18.000 a 30.000 pessoas, podem não ser grandes o suficiente quando Messi estiver jogando. Em 2017, amistosos de pré-temporada do Barcelona nos EUA atraiu multidões de 60.000 a 80.000 pessoas.
Ao estabelecer uma presença substancial no país, Messi poderá até seguir os passos de Beckham, comprando um clube da MLS um dia – talvez um em Las Vegas. Parace que a oferta da MLS e da Inter Miami a Messi inclui a opção de comprar parte de um time da MLS após deixar a liga ou se aposentar como jogador.
Fonte: Miami Herald e The new York Times