O governo Biden se prepara para receber grande fluxo de imigrantes na fronteira sul dos Estados Unidos com a suspensão da medida que permitia a expulsão imediata dos estrangeiros que cruzavam a fronteira sem permissão.
Título 42 (“Tile 42”), como ficou conhecida a medida, foi invocada pelo governo Trump no início da pandemia do coronavírus, em 2020. A regra, que permite que autoridades recusem a entrada de imigrantes indocumentados pelas fronteiras terrestres americanas sem qualquer tipo de consideração do caso, foi justificada como necessária para evitar que o vírus se espalhasse no país.
A pandemia foi controlada, o governo mudou, mas a uso do Título 42 permanece como a principal política de combate à entrada de imigrantes indocumentados pela fronteira.
Depois de muito lobby a favor dos imigrantes, um juiz federal determinou que o Título 42 deveria ser rescindido em dezembro. Agora, prevê-se que o término da política leve a um aumento de pessoas tentando cruzar a fronteira, uma vez que as autoridades já não poderão expulsá-los rapidamente, como tem feito desde março de 2020.
Segundo reportagem da CNN, o Department of Homeland Security (DHS) está se preparando para vários cenários, incluindo projeções de 9.000 a 14.000 migrantes por dia, mais que o dobro do número atual de pessoas que atravessam a fronteira sul.
No último fim de semana, autoridades americanas prenderam mais de 16.000 pessoas. Entre as cidades que registram maior influxo de migrantes está El Paso, no Texas.
O DHS enfatizou a necessidade de ação do Congresso para atualizar as leis de imigração e ajudar a criar um sistema de asilo funcional, já que o atual está sob imensa pressão.
“Apesar dos nossos esforços, nosso sistema de imigração desatualizado está sob tensão; isso é verdade no nível federal, bem como para parceiros estaduais, locais, ONGs e comunitários. Na ausência de ação do Congresso para reformar os sistemas de imigração e asilo, um aumento significativo de migrantes sobrecarregará ainda mais nosso sistema”, disse à CNN o Secretário de Segurança Interna Alejandro Mayorkas.
Fonte: CNN