O capítulo mais sombrio da história dos Estados Unidos nunca esteve longe da imaginação de Hollywood. Desde o “E o Vento Levou” a “Glória” e “Lincoln”, os filmes nos trouxeram a barbárie e a política da Guerra Civil. Mas e se o conflito sangrento do século XIX fosse apenas a nossa primeira guerra civil?
Essa é a premissa de novo filme, “Civil War” (Guerra Civil), que estreia nesta sexta-feira (12). É um olhar inabalável e implacável sobre uma nação dividida e violenta, não na década de 1860, mas hoje.
“Civil War” é um thriller tenso que se passa num futuro próximo enquanto a sociedade entra em colapso nos Estados Unidos e a guerra começa. O fotógrafo fictício da Reuters Lee (Kirsten Dunst) e o repórter Joel (Wagner Moura) pegam a estrada com o objetivo de chegar a Washington para entrevistar o presidente antes que a capital do país caia nas mãos de uma facção rebelde.
O diretor do filme, o inglês Alex Garland (cujos créditos incluem “Ex Machina” e “Aniquilação”), disse que a razão pela qual seu novo filme é enervante é que “é um filme sobre o produto da polarização e da divisão” que vivemos hoje.
A história de Garland não explica como a guerra começa – e, até certo ponto, quem são os mocinhos ou bandidos. Ficamos com um filme intencionalmente vago. Ele queria que essa história fosse vista através dos olhos dos repórteres.
“Algo aconteceu, algo realmente triste e perigoso aconteceu com o jornalismo”, disse Garland em entrevista.
“A razão pela qual os coloquei (os jornalistas) no centro do filme é que existem jornalistas realmente bons por aí fazendo um bom trabalho. Eles não têm a força que costumavam ter”, disse ele.
Para o ator brasileiro Wagner Moura, que já atuou como Pablo Escobar na série “Narcos” da Netflix, o jornalismo tem um papel a desempenhar no combate à polarização na sociedade.
“As pessoas gostam de obter informações das redes sociais e de todas as notícias falsas. Os progressistas só leem coisas progressistas e os conservadores são iguais… o papel do jornalista no mundo, eu acho, é muito, muito importante”, ele disse.
Wagner Moura no cinema americano
Com uma carreira prolífica no Brasil, que inclui o papel do indefectível Capitão Nascimento de “Tropa de Elite”, Wagner Moura já fez parte de outras produções internacionais. Sua contribuição mais famosa, foi como intérprete do traficante e narcoterrorista Pablo Escobar na série “Narcos”, produzida pela Netflix. Com três temporadas, a produção durou de 2015 até 2021 e buscou contar a história verdadeira da propagação da cocaína nos Estados Unidos e na Europa, graças à droga do Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar.
Wagner Moura também participou de “Elysium” ao lado de Alice Braga, outra brasileira, e nomes como Matt Damon e William Fichtner. A trama se passa em 2154, quando os mais ricos vivem em uma estação espacial enquanto o resto da população mora em uma Terra arruinada. Diante desse cenário, um homem assume a missão de tentar trazer igualdade aos mundos polarizados.
Outra participação internacional de Moura é “Wasp Network: Rede de Espiões”, de 2019. A trama traz espiões cubanos que se infiltram em grupos de exilados para deter o terrorismo contra Cuba. No entanto, o preço a pagar por isso é alto. Além de Wagner Moura, o filme conta com a presença de Penélope Cruz e Ana de Armas.
“Sergio”, de 2020, traz Wagner Moura no papel do diplomata Sergio Vieira de Mello ao lado da atriz Ana de Armas. Segundo a sinopse oficial, Paixões, ideais e uma terrível realidade ameaçam a vida do diplomata em sua missão no Iraque pela ONU.
Fonte: CNN