As companhias aéreas estão tendo que reformular seus planos antes do pico da temporada de viagens de verão, já que os canadenses estão evitando viagens aos Estados Unidos em meio a uma guerra comercial crescente entre os dois vizinhos.
Um esforço popular dos canadenses para boicotar tudo o que é americano — de produtos de mercearia a pontos turísticos — já havia disparado alarmes em toda a indústria de viagens dos Estados Unidos, que estima perdas multibilionárias.
As companhias aéreas canadenses estão eliminando dezenas de milhares de assentos para os Estados Unidos em abril, um período de pico quando os canadenses viajam para destinos mais quentes. As reduções variam de 7% pela Air Canada a 25% pela Flair Airlines, uma companhia aérea de desconto, de acordo com a Visual Approach Analytics, uma empresa de pesquisa de aviação.
As agências de viagens, em resposta, também estão mudando a forma como anunciam pacotes de voos.
“Paramos completamente de promover os EUA por causa da reação negativa dos consumidores”, disse ao The New York Times, Flemming Friisdahl, presidente-executivo da The Travel Agent Next Door, uma empresa canadense com 1.500 agentes de viagens em sua rede.
A agência está vendendo muito menos viagens para os Estados Unidos, ele acrescentou, à medida que os viajantes redirecionam seus gastos para destinos na Europa e outros lugares.
Residentes canadenses fizeram cerca de 586 mil viagens para os Estados Unidos em fevereiro, uma queda de 13% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com a agência nacional de censo do Canadá. Uma pesquisa recente também descobriu que o número de viagens de carro pela fronteira em fevereiro caiu para 1,2 milhão, de cerca de 1,5 milhão em fevereiro de 2024.
Viajantes sazonais canadenses que passam parte do ano em estados americanos ensolarados, conhecidos como ‘snowbirds’, contribuem para a maré de mudança.
A Flórida é o destino que sente o maior efeito da redução de assentos em voos do Canadá, disse o relatório da Visual Approach Analytics, com aeroportos em Fort Lauderdale, Fort Myers e Orlando tendo um corte de até 30% em abril.
As principais companhias aéreas dos Estados Unidos também estão respondendo à queda na demanda dos canadenses.
Scott Kirby, presidente-executivo da United Airlines, disse recentemente que a companhia havia reduzido a frequência de diversas rotas para o Canadá devido a uma “grande queda no tráfego canadense” para os Estados Unidos.
A United cancelou uma nova rota diária entre Toronto e Los Angeles que havia planejado iniciar em maio e disse que também reduziria a frequência de outras rotas existentes para o Canadá.
Fonte: The New York Times