A China respondeu às tarifas do presidente Trump na sexta-feira (11), elevando suas próprias tarifas sobre produtos americanos para 125%.
O anúncio foi feito após autoridades do governo Trump esclarecerem que a China agora enfrenta uma tarifa mínima de 145% sobre todas as exportações para os Estados Unidos. A China zombou das políticas tarifárias de Trump como “uma piada” em um comunicado oficial e disse que suas novas tarifas, que aumentam o imposto sobre importações americanas de 84%, entrariam em vigor no sábado.
Os mercados de ações estremeceram em resposta à mais recente salva na guerra comercial. O S&P 500 oscilou entre ganhos e perdas no início do pregão, enquanto o índice Stoxx Europe 600 caiu.
Apesar da volatilidade do mercado, o presidente Trump afirmou que seu governo estava “se saindo muito bem em nossa POLÍTICA TARIFÁRIA”. O presidente não citou nenhum exemplo específico de negociações em andamento com líderes estrangeiros ou acordos comerciais próximos da conclusão.
Os consumidores americanos, receosos de uma inflação mais acelerada este ano, estão perdendo a confiança na economia, de acordo com a pesquisa mais recente da Universidade de Michigan. A pesquisa mostrou que o sentimento do consumidor despencou novamente em abril. Os entrevistados esperam que a inflação suba para 6,7%, o maior valor desde 1981 e uma forte aceleração em relação ao nível de 5% registrado em março.
China acelera compra de soja brasileira
A China está acelerando a compra de soja do Brasil como meio de evitar a produção dos Estados Unidos. Nessa semana, o país comprou uma “quantidade incomumente grande de soja brasileira”, na definição da Bloomberg.
Pelo menos 2,4 milhões de toneladas de soja foram compradas no início desta semana — quase um terço do volume médio que a China costuma comprar em um mês inteiro, segundo noticiou a Bloomberg.
A soja é a principal base da alimentação de suínos e aves na China.
O Brasil é o maior exportador de soja para a China, e os Estados Unidos são o segundo. Metade da receita dos EUA com exportações de soja vem de embarques para a China.
Há uma percepção de que o grão brasileiro pode ganhar mais espaço na China, contudo há uma limitação natural importante: enquanto a soja brasileira abastece os mercados globais no primeiro semestre, a americana é colhida e vendida no segundo semestre.
O movimento é um pequeno exemplo do quanto a China buscará alternativas para reduzir sua dependência dos EUA.
Fontes: The New York Times, Uol e Bloomberg