Os casos de dengue estão aumentando nas Américas, com casos relatados chegando a 5,2 milhões nesta semana, superando o recorde anual estabelecido em 2023, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A porta-voz da OPAS, Ashley Baldwin, disse à CNN na quinta-feira (19) que 5.214.480 casos de dengue foram relatados nas Américas até quarta-feira (18). Em todo o ano de 2023, o número total de casos notificados na região foi de 4.572.765.

“Estamos em emergência por causa da dengue”, disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, em entrevista coletiva na quinta-feira.

Os países do hemisfério sul foram os mais atingidos até agora, sendo o Brasil responsável pela maioria dos casos. Em fevereiro, o Rio de Janeiro declarou estado de emergência de saúde pública em meio a um aumento no número de casos.

No Peru, 20 das 25 regiões do país estão sob alerta de saúde devido à epidemia, que atingiu mais de 134.000 casos, disse o governo esta semana.

A situação parece ter estabilizado nas últimas semanas em alguns pontos críticos da América do Sul, mas a OPAS alertou que outros países da região, incluindo os do hemisfério norte, devem preparar-se para a chegada da primavera e de temperaturas mais quentes.

“A maioria dos casos no hemisfério sul ocorre na primeira metade do ano, e a maioria dos casos no hemisfério norte ocorre na segunda metade do ano”, disse Baldwin. “Até agora, este ano, vimos um pico de casos no Sul e agora esperamos um aumento de casos no norte.”

O aumento da dengue pode ser atribuído a vários fatores, afirma a OPAS, incluindo o aumento das temperaturas, fenómenos climáticos extremos, rápido crescimento populacional e serviços inadequados de água e saneamento, que podem criar criadouros de mosquitos.

Até agora, em 2024, as Américas relataram 1.858 mortes pela doença, menos do que o total do ano passado de 2.418.

Uma vacina para a dengue está disponível e pode desempenhar um papel na redução de casos graves e mortes, disse Barbosa, mas alertou que não é capaz de interromper imediatamente os surtos.

Para tentar controlar o surto, a OPAS recomenda a implementação de uma estratégia que se concentre na vigilância, no controle do mosquito vetor que transmite o vírus e no manejo clínico, disse Baldwin.

“Embora atualmente não exista tratamento específico para a dengue (em qualquer estágio clínico), a maioria dos casos é leve. A detecção precoce e o acesso a cuidados médicos adequados reduzirão a probabilidade de morte devido à dengue grave”, acrescentou Baldwin.

A dengue é um vírus transmitido por mosquitos que se espalha principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, também conhecido por transmitir vários outros vírus, como febre amarela, chikungunya e zika, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Provoca sintomas semelhantes aos da gripe e pode levar à morte em casos extremos.

O vírus é endêmico em mais de 100 países em climas tropicais e subtropicais, principalmente em áreas urbanas e semiurbanas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Também é endêmico nos territórios norte-americanos de Porto Rico, Ilhas Virgens dos EUA e Samoa Americana.

Fonte: CNN

 

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