Depois de 2 anos sem carnaval de rua por causa da pandemia do Covid-19, a festa mais tradicional do Brasil voltou com força total este ano. O governo federal calcula que mais de 46 milhões de pessoas participam das festividades que começaram oficialmente na sexta-feira e vão até 25 de fevereiro.
No Rio de Janeiro, cidade que realiza um dos carnavais mais famosos do mundo, residentes e turistas estavam ansiosos para as festas de rua, os conhecidos blocos. A prefeitura do Rio permitiu o desfile de mais de 600 deles, mas há ainda os blocos não registrados. Os maiores blocos atraem milhões para as ruas. E tem de tudo, desde artistas famosos cantando os seus maiores hits, marchinhas de carnaval e até um bloco que toca músicas dos Beatles em ritmo de carnaval.
Mas todo mundo sabe que o espetáculo principal acontece no sambódromo do Rio, a famosa Marquês de Sapucaí. Segundo Jorge Perlingeiro, presidente da Liga das Escolas de Samba da cidade, este ano o espetáculo deve bater recordes, com a presença de mais de 100 mil funcionários e espectadores por dia, além de 18 mil pessoas desfilando pelas escolas.
“O maior carnaval de todos os tempos”
Se este ano o carnaval vai bater o recorde em relação ao número de participantes, há 104 anos, o Rio de Janeiro realizava o “maior carnaval de todos os tempos”. Por consciência, celebrando o fim da Gripe Espanhola, que adoeceu mais de 600 mil cariocas e superlotou hospitais no ano anterior.
Aquela folia entraria para a história. Afinal, quem conseguiu sobreviver à peste e a Primeira Guerra Mundial tinha mais é que celebrar mesmo e aproveitar a festa como se fosse a última. Assim os foliões fizeram. A capital Fluminense se esbaldou desde janeiro daquele ano.
Vitória contra o Covid
Este ano, o clima é parecido. Depois de dois anos sem carnaval e 700 mil pessoas mortas por causa da pandemia do Covid-19, o segundo maior número de mortos globalmente – o país perde apenas para o Estados Unidos – os cariocas estavam loucos para voltar às ruas.
E nas ruas, eles celebram não apenas a volta do carnaval, mas também a derrota nas urnas do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi culpado por muitos como o responsável por tantas mortes por seu descaso com a pandemia.
Fonte: AP