Raquel Moura Borges, 55, é acusada pela Procuradoria do Distrito Sul de
Nova York de fraude de valores imobiliários, fraude eletrônica e fraude
de consultoria de investimentos por meio de sua empresa, Global Access
Investment Advisor LLC (GAIA). Ela foi presa e corre o risco de pegar
mais de 20 anos de prisão caso seja considerada culpada.
Segundo o Procurador Damian Williams, “Borges prometeu a seus clientes
que ela investiria em títulos e outros investimentos, mas na verdade,
ela roubou as economias dos seus clientes e encheu seus próprios
bolsos”, afirma.
Desde 2017 até por volta de 2018, Borges prometeu a um dos seus clientes
fazer em nome dele investimentos em uma empresa brasileira. Por meio de
três transações, ela fez com que aproximadamente US$2,7 milhões fossem
transferidos da conta do cliente para contas controladas por sua
empresa. Nenhum dos US$ 2,7 milhões foi realmente investido em nome do
cliente. Em vez disso, ela desviou o dinheiro para uso próprio e gastou
aproximadamente US$ 160 mil em design de interiores para um apartamento,
em Manhattan, de sua propriedade. Para ocultar sua apropriação indébita
dos fundos, em junho de 2018, ela enviou ao cliente um extrato bancário
falso que refletia uma transferência de US$ 2,7 milhões para fins de
“compra de colocação privada”.
Em outro caso destacado pela Procuradoria, entre 2016 e 2017, Borges fez
com que US$ 1,95 milhão fossem transferidos da conta do cliente para uma
conta controlada pela GAIA. A suposta razão para a transferência foi um
investimento em imóveis em Nova York. Contudo, no mesmo dia da
transferência, ela assinou um cheque da GAIA no valor de US$ 1,5 milhão
pagável a ela mesma e ainda descreveu no cheque: “Nova casa do RB”. No
mesmo dia, o cheque foi depositado na sua conta pessoal. Em comunicação
por e-mail com o cliente algumas semanas depois, Borges admitiu que
havia desviado o dinheiro. Ela disse que havia usado o dinheiro para
cobrir as perdas de outros clientes e que encontraria uma forma de
devolver a quantia ao cliente.
Não é a primeira vez que fraudes envolvendo brasileiros acontecem nos
Estados Unidos. Os donos da Telexfree, Carlos Roberto Costa e Carlos
Nataniel Wanzeler, operaram entre 2012 e 2014 uma pirâmide ilegal que
causou prejuízo de mais de $3 bilhões a mais de um milhão de pessoas em
várias partes do mundo. Por causa do número de pessoas afetadas,
procuradores descreveram esse caso como uma das maiores fraudes dos
últimos tempos. Costa e Wanzeler foram condenados no Brasil a mais de 12
anos de prisão.
Casos como esses servem de alerta para os brasileiros ficarem sempre
atentos a possíveis golpes e fraudes, para não serem lesados. Sempre
procurar saber quem são as pessoas que estão oferecendo o negócio e ter
em mente que dinheiro não cai do céu são os primeiros passos para não se
tornarem a próxima vítima.