O apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, Jô estava internado desde 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A pedido do próprio apresentador, a causada morte não será divulgada pela família.
O anúncio da morte foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher de Jô, e confirmada em nota pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.
José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro em 1931. Filho único de uma família rica, estudou em conceituadas escolas do Rio de Janeiro, na Suíça e nos Estados Unidos. Falava 5 idiomas: português, inglês, espanhol, francês e italiano. Quando jovem, sonhava em tornar-se diplomata, mas o encontro com o mundo das artes foi mais forte. Jô teve um único filho, Rafael, que era autista e morreu em 2014, aos 50 anos, fruto de seu relacionamento com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem foi casado entre 1959 e 1979. Entre 1980 e 1983, foi casado com a atriz Sílvia Bandeira. Em 1984 começou a namorar a atriz Claudia Raia, romance que durou dois anos. Também namorou a atriz Mika Lins. E, em 1987, casou-se com a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras, de quem se separou em 1998.
Em 1954 iniciou a vida artística trabalhando no “Rei do Movimento”. Também trabalhou em outros dois filmes que ficaram famosos: “O Homem do Sputnik” (1959) e “Vai Que é Mole” (1960). Em 1967 fez parte do elenco da bem sucedida série de TV “A Família Trapo”. Três outras séries cômicas vieram depois: “Faça Humor, Não Faça Guerra” (1970), “Satiricom” (1973) e “Planeta dos Homens” (1976). Em 1976 dirigiu “O Pai do Povo”, filme que também produziu e que trabalhou como ator. Em 1970 ingressou na TV Globo e estrelou “Viva o Gordo”, onde interpretou diversos personagens cômicos. Em 1988 deixou a TV Globo e mudou-se para o SBT, onde protagonizou um programa semelhante, chamado “Veja o Gordo”. No SBT passou a apresentar um talk show chamado “Jô Onze e Meia”. Mais tarde, ele parou de fazer “Veja o Gordo”. Em 2000 voltou à TV Globo onde iniciou o “Programa do Jô”, muito parecido com “Jô Onze e Meia”. Em 2016 seu show foi finalizado. Jô escreveu vários romances, entre eles “O Xangô de Baker Street”, “O Homem Que Matou Getúlio Vargas” e “Assassinato na Academia Brasileira de Letras. Todas essas obras têm características cômicas.
Sua longa e prestigiada carreira o tornaram um dos maiores humoristas do Brasil.