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Ao iniciar a presidência do grupo das 20 maiores econômicas do mundo (G20), O ministro das Relações Exteriores do Brasil pediu reformas nas Nações Unidas e em outras instituições multilaterais, ao mesmo tempo em que criticou a incapacidade da agência de prevenir conflitos globais.

Mauro Vieira disse aos ministros das Relações Exteriores das outras nações do grupo que o Conselho de Segurança da ONU tem sido incapaz de prevenir ou deter conflitos como os que ocorrem na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

As instituições multilaterais não estão adequadamente equipadas para lidar com os desafios atuais, como demonstra a paralisia inaceitável do Conselho de Segurança em relação aos conflitos em curso”, disse Vieira.

Uma das principais propostas do Brasil, apresentada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é uma reforma de instituições globais, como as Nações Unidas, a Organização Mundial do Comércio e os bancos multilaterais, para incluir uma representação mais forte das nações em desenvolvimento.

É difícil saber se o esforço de Lula será bem-sucedido, uma vez que os membros permanentes do Conselho de Segurança já rejeitaram no passado as tentativas de reforma que resultariam na perda do seu poder.

Mas Lula parece determinado a dar mais voz ao chamado “Global South” (compreende amplamente África, América Latina e Caribe, Ásia (excluindo Israel, Japão e Coreia do Sul) e Oceania (excluindo Austrália e Nova Zelândia).

O Brasil insiste que a União Africana (UA) deveria ser um membro formal do G20, citando o exemplo da União Europeia. A UA participará plenamente no G20 deste ano em nome das nações africanas.

Membros da união aduaneira sul-americana Mercosul também foram convidados a participar sob a presidência brasileira.

Trazer à mesa mais nações em desenvolvimento aumenta a pressão sobre as instituições financeiras tradicionalmente controladas pela Europa e pelos Estados Unidos para considerarem propostas como a brasileira para reduzir as dívidas dos países, convertendo-as em investimentos, por exemplo.

A ascensão do Global South no G20 causa algum desconforto entre os países mais ricos. Mas os países desenvolvidos terão de lidar com as novas realidades geopolíticas, disse o chefe da política externa da UE, Josep Borrell à Reuters.

O G20 foi iniciado após a crise financeira de 2007-2008 para incluir importantes economias emergentes em negociações que antes estavam confinadas ao Grupo dos Sete países mais industrializados e tornou-se o principal local para a cooperação econômica e financeira.

O G20 representa cerca de 85% do PIB global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.

O conceito Global South surgiu para designar países em desenvolvimento, emergentes ou de baixa renda, principalmente no hemisfério Sul, e substituiu o termo “Terceiro Mundo” após o fim da Guerra Fria.

Fonte: AP e Reuters

 

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