Espera-se que o Brasil se junte ao grupo OPEP+ de países produtores de petróleo, mas não participará dos limites de produção coordenados do grupo, disse à Reuters o presidente-executivo da petrolífera estatal Petrobras (PETR4.SA).
O surpreendente anúncio do grupo na quinta-feira (30) de que o país sul-americano se juntaria a eles levantou questões imediatas sobre se o Brasil participaria dos limites de produção, já que os países da OPEP+ concordaram em cortes voluntários de cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd) para o início do próximo ano.
“Não há cota”, disse Jean Paul Prates em entrevista. “Jamais faríamos parte de uma organização que impõe cotas (de produção) ao Brasil, a Petrobras é uma empresa de capital aberto e não podemos ter cotas”.
O ministro da Energia do Brasil disse na quinta-feira que o país estava ansioso para ingressar na OPEP+ após uma análise técnica completa. O gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou o recebimento do convite, mas disse que ainda não havia o respondido formalmente.
O Brasil é o maior produtor de petróleo da América do Sul, com 4,6 milhões de barris por dia de petróleo e gás, dos quais 3,7 milhões de bpd são brutos.
Prates, que em outubro recebeu no Brasil o secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, destacou que a OPEP+ é um grupo que inclui países sem direito de voto e aos quais não são impostos limites de produção, o que seria o caso do Brasil.
Ele saudou a decisão do Brasil de se juntar ao grupo.
“O Brasil começará a participar das reuniões como uma espécie de membro observador, o que considero muito bom”, disse Prates, acrescentando que a medida seria fundamental para os esforços de transição energética da OPEP e do Brasil.
Ele espera que o Brasil aceite formalmente o convite até junho.
Fonte: Reuters