Ela era “a bilionária mais jovem do mundo”, segundo a revista Forbes. O “próximo Steve Jobs”, disse Inc, outra importante revista de negócios. Em 2014, Elizabeth Holmes, então com 30 anos, estava no topo do mundo. Ela largou a Universidade de Stanford para fundar uma empresa avaliada em US$ 9 bilhões, a Theranos. O que ela prometia? Revolucionar o diagnóstico de doenças.
A Theranos prometia que, com algumas gotas de sangue tiradas de um furinho no dedo, a empresa poderia detectar doenças como câncer e diabetes rapidamente. Pessoas poderosas ficaram atraídas pelas promessas e investiram muito no negócio. O secretário do Tesouro dos EUA, George Schultz, o magnata da mídia Rupert Murdoch e a família mais rica da América, os Waltons, estavam entre seus apoiadores. Esse suporte garantiu a Holmes credibilidade.
Mas em 2015, o “mundo” criado pela empreendedora começou a desmoronar quando um denunciante levantou preocupações sobre o principal dispositivo de teste da Theranos, chamado de Edison. O Wall Street Journal escreveu uma série de denúncias contundentes alegando que os resultados dos testes da Theranos não eram confiáveis e que a empresa estava usando máquinas disponíveis comercialmente feitas por outros fabricantes para obter a maioria dos seus resultados.
Os processos contra a Theranos começaram a se acumular. Os investidores cortaram relações e, em 2016, os reguladores dos EUA proibiram Holmes de operar seu serviço de exames de sangue por dois anos. Em 2018, a Theranos foi dissolvida.
Em março daquele ano, Holmes, juntamente com seu ex-namorado, Ramesh “Sunny”, que a ajudou a alavancar a empresa, foi presa sob acusações criminais de fraude e conspiração para cometer fraude. Ela foi solta sob fiança.
Os promotores argumentaram que ela conscientemente enganou os pacientes sobre os testes e exagerou muito sobre o desempenho da empresa para os financiadores.
Holmes vive na Califórnia com o companheiro William “Billy” Evans, herdeiro do Evans Hotel Group. Eles têm um filho e ela está grávida do segundo.
Os advogados de Holmes disseram que ela não deveria enfrentar uma pena em regime fechado, alegando que ela não era um perigo para a sociedade. Eles ofereceram em sua defesa testemunhos de mais de 130 pessoas, incluindo o senador Cory Booker, de New Jersey.
Mas nos Estados Unidos a justiça se faz presente na maioria das vezes. Holmes foi condenada a 135 meses (11 anos, 3 meses) em prisão federal por fraudar investidores da Theranos, Inc. em centenas de milhões de dólares. Por estar grávida, ela não precisará se apresentar para cumprir pena antes de abril do ano que vem. Seus advogados recorrerão da sentença, o que também poderá ajudar a atrasar o cumprimento da pena ou até mesmo mudar a sentença atual.
A história de Elizabeth Holmes virou uma série “The Dropout”, disponível no Star+. A protagonista é interpretada por Amanda Seyfried. O enredo traz a história de Elizabeth, a fundação de seu negócio de sucesso e como tudo acabou mal.