O presidente Biden prometeu na quinta-feira (21) US$ 500 milhões para combater o desmatamento no Brasil e mais de US$ 1 bilhão para ajudar os países em desenvolvimento a se afastarem dos combustíveis fósseis e se tornarem mais resilientes aos impactos das mudanças climáticas. A doação precisa ser aprovada pelo Congresso Norte Americano.

Os US$ 500 milhões seriam entregues em cinco anos e tornariam os Estados Unidos um dos maiores doadores do Fundo Amazônia, um programa de conservação. Biden chamou as florestas de “chave para o nosso futuro” e disse “se perdermos esse recurso natural, não poderemos recuperá-lo facilmente”.

Mas os republicanos, que têm maioria na Câmara, se opõem esmagadoramente à assistência climática internacional e tornam difícil para o presidente Biden cumprir suas promessas de ajudar as nações mais pobres a lidar com as mudanças climáticas.

O senador John Barrasso, republicano de Wyoming, lembrou que o chefe do Serviço Florestal dos EUA disse recentemente que não há financiamento suficiente para administrar as florestas do próprio país.

“Por que eles agora estão enviando meio bilhão de dólares dos contribuintes americanos para o Brasil?” perguntou Barrasso. “A prioridade seria cuidar primeiro de nossos próprios recursos, ou melhor ainda, poupar os contribuintes da dor de ver o presidente Biden espalhar o tesouro americano ao redor do mundo para perseguir sua agenda ambiental.”

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tem trabalhado com o governo Biden em várias questões, incluindo mudança climática, apesar das críticas de Lula ao apoio dos EUA à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

O Fundo Amazônia foi criado pelo Brasil em 2008 e financiou esforços para conter o desmatamento na maior floresta tropical do mundo. A Noruega, o primeiro e maior contribuinte do fundo, doou mais de US$ 1,2 bilhão. A Alemanha anunciou recentemente uma doação de US$ 217 milhões.

O fundo foi suspenso pelo antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, que enfraqueceu as proteções ambientais e viu as taxas médias anuais de desmatamento dispararem, atingindo níveis que o país não experimentava há mais de uma década.

Lula assumiu o cargo em janeiro com a promessa de acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030.

A Amazônia desempenha um papel importante na regulação dos ciclos da água, na estabilização do clima e na absorção de dióxido de carbono. Por uma estimativa, existem 150 bilhões a 200 bilhões de toneladas métricas de carbono presos na floresta. Mas, à medida que as árvores são cortadas, partes da floresta emitem mais dióxido de carbono do que absorvem.

Fonte: The New York Times

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