O presidente Joe Biden já disse que não acredita que muros na fronteira funcionem como barreira para os imigrantes; contudo seu governo informou que vai construir novas barreiras no Vale do Rio Grande.
De acordo com um aviso publicado na quarta-feira (4) no Registro Federal, a construção do muro será paga com recursos já apropriados e destinados especificamente para barreiras físicas nas fronteiras. A administração tinha prazo para usá-los ou os perderia.
Quando candidato Biden prometeu que “não haverá mais um pé” de muro fronteiriço construído sob seu comando. Mas na quinta-feira (6) defendeu a decisão do seu governo dizendo que tentou fazer com que o dinheiro fosse apropriado para outros fins, mas não teve sucesso.
O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, afirmou enfaticamente que não houve nenhuma mudança na política do governo:
“Quero abordar o relatório de hoje relativo a um muro fronteiriço e ser absolutamente claro: não há nenhuma nova política administrativa em relação ao muro fronteiriço”, disse Mayorkas. “Permita-me repetir: não existe uma nova política administrativa em relação ao muro fronteiriço.”
“Pedimos repetidamente ao Congresso que rescindisse esse dinheiro, mas ele não o fez e somos obrigados a seguir a lei”, disse ele.
A construção do muro será paga através de uma lei de 2019 que canalizou dinheiro especificamente para uma “barreira fronteiriça” no Vale do Rio Grande e, de acordo com Mayorkas, “o DHS é obrigado a utilizar esses fundos para os fins apropriados”. Os fundos precisam ser gastos até o final do ano fiscal de 2023, o que levou o governo a optar por avançar este ano com a construção no sul do Texas.
A Patrulha da Fronteira relatou quase 300 mil apreensões de imigrantes no setor do Vale do Rio Grande entre outubro e agosto passados, segundo dados federais. No mês passado, a Patrulha da Fronteira deteve mais de 200 mil imigrantes que atravessavam a fronteira entre os EUA e o México, o maior total deste ano.
Biden tem sido atormentado por problemas na fronteira desde os seus primeiros meses no cargo, quando os EUA enfrentaram uma onda de crianças imigrantes desacompanhadas que surpreendeu as autoridades. Nos últimos dois anos, o seu governo contina enfrentando uma forte resistência dos republicanos – e, por vezes, dos democratas –em relação as suas políticas de imigração.
Fonte: CNN