O governo Biden está lançando uma nova política de imigração que visa permitir que famílias americanas cidadãs ou residentes patrocinem pessoas do mundo todo que buscam asilo nos Estados Unidos fugindo de guerras ou da violência.
Sob o programa, chamado de “Welcome Corps” e que teve como modelo um sistema em vigor no Canadá, grupos de pelo menos cinco indivíduos cidadãos ou residentes nos EUA podem patrocinar refugiados se investirem US$ 2.275 por refugiado. Eles também terão que passar por verificações de antecedentes e apresentarem um plano detalhando como eles irão ajudar o recém-chegado.
Esses patrocinadores privados aprovados pelo governo desempenharão o papel de agências tradicionais de reassentamento por pelo menos 90 dias após a chegada do refugiado, ajudando-o a ter acesso a moradia e outras necessidades básicas, como alimentação, serviços médicos, educação e benefícios públicos para os quais qualificam.
Durante a primeira fase do programa, os funcionários do Departamento de Estado combinarão patrocinadores aprovados com refugiados no exterior que já foram liberados para vir para os EUA. Em meados de 2023, os funcionários planejam permitir que possíveis patrocinadores identifiquem refugiados no exterior que desejam ajudar.
Em um comunicado na quinta-feira (19), o secretário de Estado Anthony Blinken disse que a iniciativa “Welcome Corps” ajudará os EUA a aumentarem as admissões de refugiados e chamou o programa de o “mais ousado no reassentamento de refugiados em quatro décadas”.
O Departamento de Estado disse que espera recrutar 10.000 patrocinadores privados para reassentar pelo menos 5.000 refugiados durante o primeiro ano do “Welcome Corps”. As organizações com experiência em reassentar refugiados serão encarregadas de supervisionar o processo de solicitação de patrocinadores, fornecendo treinamento e recursos aos patrocinadores e monitorando o progresso deles.
A iniciativa “Welcome Corps” é o mais recente esforço do governo Biden para expandir os canais legais de imigração para refugiados e imigrantes com familiares e outras pessoas nos EUA dispostos a patrociná-los financeiramente.
O governo federal já havia anunciado há algumas semanas outro plano para que indivíduos residentes nos EUA possam patrocinar a entrada de cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela como parte de um esforço para impedir que imigrantes desses países cruzem a fronteira sul ilegalmente. Os imigrantes desses países poderão viver e trabalhar legalmente nos EUA temporariamente por meio de liberdade condicional.
Ao contrário, os refugiados que chegarão sob a iniciativa de patrocínio privado serão elegíveis para status legal permanente e, eventualmente, cidadania americana, uma vez que entrarão por meio do programa tradicional de refugiados.
Formalmente criado em 1980, o programa de refugiados dos EUA concedeu um refúgio seguro a mais de 3 milhões de refugiados que saíram de conflitos armados, perseguições étnicas e outras formas de violência. Refugiados passam por entrevistas, exames de segurança e exames médicos como parte de um processo de anos antes de ganharem o direito de viajar para os EUA.
No ano fiscal de 2022, os EUA admitiram 25.465 refugiados, usando apenas 20% das 125.000 vagas de refugiados alocadas por Biden. Nos primeiros três meses do ano fiscal de 2023 (começou em outubro passado), para o qual Biden estabeleceu novamente a meta de acolher até 125.000 refugiados, os EUA reassentaram menos de 7.000 refugiados.
Enquanto a pandemia suspendeu temporariamente a admissão de refugiados e retardou as entrevistas, o programa foi reduzido drasticamente sob as diretrizes políticas emitidas pelo presidente Trump, que argumentou que os refugiados eram ameaças econômicas, de segurança nacional e culturais aos EUA.
A administração Trump reduziu drasticamente as admissões de refugiados, alocando uma baixa histórica de 15.000 vagas no ano fiscal de 2021.