Os assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes — os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz — foram condenados quinta-feira (31/10) por um tribunal do júri no Rio de Janeiro. Ronnie Lessa recebeu uma pena de prisão de 78 anos, nove meses e 30 dias. Élcio de Queiroz recebeu 59 anos, oito meses e 10 dias.
O júri os considerou culpados de três crimes: duplo homicídio qualificado por motivo torpe, emboscada e obstrução da defesa da vítima; tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves (assessora de Franco); e receptação do veículo usado no crime. Marielle e seu motorista foram assassinados em 14 de março de 2018.
Os dois réus também foram condenados a pagar pensão alimentícia ao filho de Gomes, Arthur, até que ele complete 24 anos e, juntos, a pagar R$ 706 mil de indenização por danos morais a cada uma das vítimas: seu filho Arthur e sua esposa Ághata; além dos parentes de Marielle: sua filha Luyara, sua esposa Mônica e sua mãe Marinete.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz estão presos desde 12 de março de 2019 e assinaram um acordo de delação premiada. Os acusados de serem mandantes dos crimes são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, assessores do Tribunal de Contas do Estado e deputado federal, respectivamente. O deputado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, é acusado de atrapalhar as investigações. Os três estão presos desde 24 de março deste ano.
Os réus no caso também incluem o ex-policial militar Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, que supostamente o ajudou a se livrar da arma do crime; e o major Ronald Paulo Alves Pereira, que teria monitorado a rotina de Marielle.
De acordo com os investigadores, o assassinato de Marielle Franco foi motivado por questões de terra e grupos de milícias, ou paramilitares. Um desentendimento surgiu entre ela e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre um projeto de lei de 2016 que buscava criar um condomínio oficial na zona oeste do Rio.
Fonte: Agência Brasil