Anitta está sendo alvo de intensa reação por causa do lançamento de um novo videoclipe. A pop star de 31 anos divulgou uma prévia do vídeo de sua nova música, “Aceitar” em seu Instagram, onde tem 65 milhões de seguidores. Em duas horas, ela perdeu 200 mil seguidores, segundo ela.
O vídeo retrata as práticas da sua fé, o Candomblé. Sua conta no Instagram exibiu imagens dela vestida com trajes religiosos com uma autoridade do Candomblé e fotos de itens espirituais e outras iconografias associadas à fé.
O candomblé é considerado uma religião sincrética, o que significa que se baseia em várias crenças e tradições trazidas pelos povos da África Ocidental escravizados pelo império português durante o período colonial.
Embora sejam praticadas por apenas 2% da população, as religiões afro-brasileiras, como o Candomblé, representam um número desproporcional de casos relatados de intolerância religiosa, de acordo com um relatório de 2022 do Departamento de Estado dos EUA sobre liberdade religiosa no Brasil.
Durante séculos, o Candomblé foi relegado às sombras. Foi considerada feitiçaria demoníaca e um perigo público numa sociedade esmagadoramente católica.
O vídeoclip em preto e branco retrata outras religiões, como o catolicismo, e a letra fala amplamente sobre o tema da aceitação, sugerindo que a música é um comentário sobre a intolerância religiosa.
Numa publicação nas redes sociais, Anitta disse que foi alvo de “racismo religioso”, um termo introduzido pelos líderes do candomblé para descrever atos de intolerância religiosa contra as religiões afro-brasileiras.
O que aconteceu com a Anitta acontece todos os dias”, disse a professora Ana Paulina Lee, da Columbia University, ao The New York Times.
“Acho que é extremamente importante mostrar que isso não é novo, mas faz parte de uma longa história de racismo e não é apenas de pele”, acrescentou ela.
Anitta pode até ter perdido seguidores, mas continua ganhado as manchetes dos principais jornais internacionais.
Fonte: The New York Times