As taxas de juros estão em alta. A inflação continua elevada. As poupanças criadas na pandemia diminuíram e o mercado de trabalho está esfriando.

No entanto, os gastos das famílias, o principal motor do crescimento econômico do país, permanecem robustos. Os americanos gastaram 5,8% mais em agosto passado do que no ano anterior, superando em muito a inflação inferior a 4%.

A economia do lazer e entretenimento, sobretudo, cresceu neste verão. A Delta Air Lines, por exemplo, relatou receita recorde no segundo trimestre e a Ticketmaster vendeu mais de 295 milhões de ingressos para eventos nos primeiros seis meses de 2023, um aumento de quase 18% ano a ano.

Economistas e consultores financeiros dizem que é normal que os consumidores coloquem as necessidades e objetivos de curto prazo acima dos de longo prazo. Mesmo assim, este momento é diferente, dizem.

O mercado imobiliário inacessível para muitos fez com que mais consumidores parassem de poupar para a tão sonhada casa própria. Por outro lado, a pandemia mostrou a instabilidade de quaisquer planos de longo prazo. Então, por que não gastar em experiências únicas já que não há garantia alguma de que conseguiremos realizá-las mais tarde?

O medo da mudança climática também está levando algumas pessoas a tentar conhecer lugares antes que eles ‘sumam’. Num estudo mensal da Deloitte com 19 mil consumidores globais, as alterações climáticas foram o único tema entre 19 listados com o qual os entrevistados relataram sentir-se significativamente mais preocupados durante o ano passado.

Na pesquisa sobre Despesas Familiares do SCE de agosto do Federal Reserve Bank de Nova York, as famílias relataram gastar 5,5% mais do que no ano passado. A percentagem de famílias que afirmou ter feito pelo menos uma grande compra nos quatro meses anteriores aumentou de 57% para 64%, o valor mais elevado desde agosto de 2015.

Especialistas dizem que, normalmente, num momento de inflação e taxas de juros mais elevada, não se espera que os gastos se mantenham tão altos.

Contudo, acredita-se que os consumidores não conseguirão continuar gastando para sempre. Greves trabalhistas e retorno dos pagamentos de empréstimos estudantis podem levar as pessoas a recuarem. O aumento dos preços dos combustíveis também pode colocar um freio nas viagens.

Fonte: The Wall Street Journal

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