Os juros para financiamento de imóveis, o “mortgage rate”, continua sua escalada, com a média semanal para os empréstimos com juros fixos de 30 anos atingindo 6,92% nesta semana. Esta é a maior taxa dos últimos 20 anos, e 3% mais alta do que no início deste ano. As taxas crescentes vêm diminuindo o ritmo das vendas de imóveis por 7 meses consecutivos, à medida que compradores são incapazes de arcar com os pagamentos mais altos.
Para ser ter uma ideia da importância das taxas de juros, assumindo uma entrada de 10%, uma casa listada no preço médio nacional – US$ 435.050 em agosto de 2022 – custava quase US$ 1.000 a mais por mês do que em agosto de 2021, quando a taxa média de juros era de 2,88% e o preço médio da casa era cerca de 14% mais baixo.
Com isso, os juros altos estão colocando a casa própria fora do alcance de milhões de pessoas. E, como resultado, o mercado imobiliário hoje não vê mais uma guerra de lances e várias ofertas em uma propriedade. Atualmente, é comum um corretor de imóveis fazer um “open house” e ninguém aparecer.
A venda de imóveis é a mais lenta desde 2015. Entretanto, mesmo com a demanda baixa, os preços das casas caíram modestamente, cerca de 6% em relação ao pico em junho deste ano.
O maior fator que sustenta os preços é a escassez de imóveis à venda. A oferta de casas ainda é muito apertada. Quem comprou uma propriedade com juros a 2.5% ou 3% não vai fazer a loucura de colocar a sua casa à venda agora e ter que comprar outra com juros a quase 7%. Além disso, há uma década o ritmo de construção de novas casas ficou aquém da demanda, o que também contribui para limitar a oferta.
Mas surpreenda-se! Embora o aumento repentino nos custos dos empréstimos seja chocante para potenciais compradores, os juros a 7% estão longe de ser um recorde do setor. A taxa atingiu um pico de mais de 18% em 1981, de acordo com Freddie Mac, embora nesta época os preços das casas eram muito mais baixos em relação à renda média da população.