O produtor musical Greg Kurstin e a cantora e compositora inglesa Adele foram acusados de plágio. O cantor e compositor brasileiro Toninho Geraes, que escreveu sucessos para Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira e Martinho da Vila, entre outros, afirma que o produtor e a cantora britânica copiaram quase completamente a melodia de sua música “Mulheres” (gravada por Martinho da Vila em 1995) no single “Million Years Ago”, que foi lançado em 2015 e fez parte do álbum 25 de Adele.
Um tribunal no Rio de Janeiro proibiu a reprodução, distribuição e comercialização de “Million Years Ago” de Adele. A decisão, emitida pelo juiz Victor Torres, da 6ª Vara Empresarial do Rio, impõe uma multa de R$50.000 (aproximadamente $10.000 USD) para qualquer violação da decisão. Plataformas de streaming como Spotify, Deezer e YouTube também foram notificadas para remover a música de Adele de seus catálogos globalmente, com possíveis acusações criminais em caso de não conformidade.
Embora a alegação de plágio ainda não tenha sido completamente provada, o juiz observou “fortes evidências de consonância melódica quase completa” entre “Million Years Ago” e “Mulheres”. As evidências analisadas incluíram comparações de partituras e formas de onda das faixas, que especialistas descreveram como apresentando “simetria inconfundível.” Tanto observadores leigos quanto o próprio juiz ouviram as duas músicas e identificaram semelhanças significativas.
O caso contra Adele é reforçado pelo fato de Greg Kurstin se identificar abertamente como um estudioso e admirador da música brasileira, incluindo o samba. Essa conexão, de acordo com o tribunal, acrescenta credibilidade à alegação de que Kurstin poderia estar ciente da composição de Geraes.
A decisão é provisória, emitida como parte de um processo em andamento iniciado em fevereiro. A equipe jurídica de Geraes, representada por Fredímio Biasotto Trotta e Deborah Sztajnberg, está buscando reivindicações adicionais, incluindo os devidos créditos de composição, danos no valor de R$200.000 e uma parte dos royalties gerados pela música de Adele nos últimos nove anos.
Até o momento, apenas a Sony e a Universal, que têm representação no Brasil, responderam. A Sony nega envolvimento na produção, enquanto a Universal contesta a acusação de plágio. Adele, Kurstin e a XL Recordings (Beggars Group) ainda não responderam formalmente.
Fonte: El Pais