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Na segunda-feira (11), o comissário da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo (CPSC) dos Estados Unidos, Richard Trumka Jr., disse à Bloomberg que a agência federal estava considerando uma proibição nacional na instalação de novos fogões a gás – ou, pelo menos, um novo conjunto de medidas destinadas a regular os gases tóxicos liberados por esse produto, como a instalação obrigatória de exaustores de alta eficiência em cozinhas domésticas e de restaurantes.

Após indignação em massa nas mídias sociais, o presidente da CPSC, Alex Hoehn-Saric, divulgou um comunicado no Twitter na quarta-feira (13) esclarecendo as alegações do seu colega. “Para ser claro, não pretendo proibir fogões a gás e o CPSC não tem nenhum procedimento para fazê-lo”, escreveu ele. “A CPSC está pesquisando as emissões de gases em fogões e explorando novas maneiras de lidar com os riscos à saúde.”

A Casa Branca também se pronunciou informando que o presidente Biden não era a favor da proibição do uso de fogões a gás.

Esta não é a primeira vez que fogões a gás causam polêmica. Cidades como Los Angeles, Seattle e Nova York já os proibiram em certas residências. No início deste mês, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, propôs o fim das conexões de gás em todos os novos edifícios do estado.

Qual é o impacto na saúde e no meio ambiente dos fogões a gás?

Durante décadas, cientistas e ativistas buscaram expor os efeitos nocivos dos fogões a gás, que atualmente são usados em cerca de 40% dos lares americanos e em quase 80% dos restaurantes. Quando estão acessos, os fogões a gás liberam dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e formaldeído em quantidades que violariam os padrões de qualidade do ar externo estabelecidos pela Agência de Proteção Ambiental. Mesmo quando não estão ativamente em uso, os fogões a gás continuam a vazar metano, um gás de efeito estufa considerado mais potente que o dióxido de carbono, embora não permaneça na atmosfera por tanto tempo.

Estudos mostram que a poluição interna causada por cozinhar em fogões a gás pode ser particularmente prejudicial aos pulmões, prejudicar a capacidade cognitiva e aumentar em 24% a probabilidade de crianças desenvolverem asma. Outro estudo estimou recentemente que 12,7% dos casos de asma infantil podem ser atribuídos ao fogão a gás de casa. Contudo, especialistas contestaram este estudo.

Apesar das crescentes preocupações com a saúde, os americanos com fogões a gás relutam em trocá-los por alternativas elétricas ou por indução. E mesmo com descontos oferecidos, ainda é caro fazer esta mudança.

Fogões por indução

A alternativa que muitos especialistas no assunto vêm defendendo é o cozimento por indução.

O fogão por indução é, de forma geral, um fogão elétrico. Já que precisa da energia para funcionar. Mas a indução funciona de um jeito bem diferente e tem uma eficiência superior ao fogão a gás.

A indução é diferente porque utiliza energia eletromagnética para aquecer diretamente panelas e frigideiras. Os fogões a gás e elétricos, por outro lado, aquecem indiretamente. Isso significa que o calor é direcionado não só para a panela, como também para todo o equipamento e para o ambiente.

Dessa forma, o cozimento por indução é muito eficiente já que o calor não é desperdiçado. Ele é direcionado exatamente para a superfície desejada. A indução é capaz de fornecer cerca de 80 a 90% de sua energia eletromagnética para a comida na panela. Isso significa que essa tecnologia não apenas aquece muito mais rápido, mas o seu controle de temperatura também é muito mais preciso.

Por isso, para ter esse tipo de fogão também é necessário ter panelas específicas para ele, ou seja, nada de vidro, alumínio ou cerâmica; a panela precisa ser feita de materiais magnéticos, como ferro fundido ou aço inoxidável.

Além disso, como não há fogo ou calor na superfície, eles são muito mais seguros de usar, sem potencial para queimar itens próximos. Sem mencionar que eles são praticamente livres de emissões.

Contudo, os preços dos fogões por indução nos EUA ainda são mais altos do que dos fogões a gás, variando entre US$1,100 a us$4,400. Somado a isso, ainda o custo de instalação e atualização de painéis elétricos.

Fonte: Bomappetit.com e carbonswitch.com

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