O show do intervalo do Super Bowl é uma performance musical altamente coreografada e patrocinada por empresas, usada para atrair pessoas que não seguem a NFL a assistir TV para garantir preços de anúncios ainda maiores para o Doritos e Dunkin’ Donuts. E, ao longo dos anos, vem proporcionando momentos de grande espetáculo: Prince tocando Purple Rain na chuva, Rihanna anunciando sua gravidez ladeada por centenas de dançarinos, Michael Jackson cantando “We Are The World”.
No Super Bowl deste domingo (9) chegou a vez do rapper Kendrick Lamar, um dos grandes intelectuais públicos desta década – ganhador do prêmio Pulitzer que transforma as possibilidades do hip-hop – fazer história. Ele se apresentou diante de um presidente que já atacou o ativismo negro e as comunidades nas quais Lamar foi criado e fez uma apresentação cheia de metáforas.
Lamar está na parte mais travessa de sua carreira e no auge de sua popularidade mainstream: em 2024, ele lançou uma série de faixas de duelo com Drake, que culminou em “Not Like Us” – uma música que passou o verão no topo da Billboard 200 e ganhou tanto o disco quanto a música do ano no Grammy há apenas uma semana.
“Not Like Us” é um dos singles mais importantes para o rap nos últimos 20 anos, quebrando recordes e empilhando streams:
O single estreou em primeiro lugar no Hot 100 da ‘Billboard’ com 70.9 milhões de streams;
1° lugar de estreias globais na Apple Music e Spotify;
Tornou-se o rap a atingir mais rápido 100 milhões de plays no Spotify.
A música ataca o canadense Drake, acusa o rapper de pedofilia, ao mesmo tempo em que Kendrick faz uma declaração de amor ao hip-hop da costa oeste dos Estados Unidos.
Além do impacto comercial, a briga entre Drake e Kendrick Lamar reacendeu o espírito de disputa dos artistas dentro do rap. E ela não começou com ‘Not like Us’.
Ao todo, foram nove músicas de ataque (ou contra-ataque) entre Drake e Kendrick. Elas causaram uma disputa na internet, com muitas teorias e interpretações.
E o Super Bowl ?
A apresentação de Lamar chamou tanta atenção que quase que o jogo ficou em segundo plano, afinal, quando o rapper se apresentou no intervalo o Philadelphia Eagles já vencia o Kansas City por mais de 20 pontos a partida. No final, a equipe da Philadelphia deu uma lavada de 40-22, numa partida que foi considerada chata e já previsível desde o início.
Fontes: The Guardian e CNN