O governo de Luís Inácio Lula da Silva determinou na quarta-feira (8) o fim da isenção de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. A partir de 1º de outubro de 2023, os cidadãos desses quatro países terão que apresentar um visto para entrar no Brasil.
A isenção de visto para cidadãos desses quatro países foi concedida pelo Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019, que argumentou que o decreto estimularia o turismo no Brasil. A dispensa do visto se aplica a pessoas viajando a turismo, negócios, trânsito e atividades artísticas ou esportivas, para estadias de até 90 dias.
Contudo, a decisão de Bolsonaro rompeu com o princípio da reciprocidade adotado historicamente pela diplomacia brasileira, já que os países contemplados não ofereceram os mesmos benefícios aos turistas brasileiros.
A equipe de Lula, assim que ganhou as eleições, começou a rever o Decreto e a considerar a retomada do visto.
Primeiramente porque a equipe atual acredita que, sem reciprocidade, a isenção de visto enfraquece o Brasil diante dos países contemplados.
Segundo porque, de acordo com a análise feita sobre o impacto da medida no turismo brasileira, a isenção de visto para esses países não aumentou o turismo no Brasil.
A pasta comparou o ano de 2019, no qual a exigência de visto foi retirada, com o ano anterior e com 2022, quando as restrições em função da pandemia do coronavírus já haviam sido eliminadas.
No caso dos Estados Unidos, o aumento do número de turistas de 2018 para 2019 foi de 12%, saindo de 391 mil para 439 mil. Em 2022, vieram 355 mil americanos, ou seja, número abaixo do nível pré-pandemia.
No Japão, houve um decréscimo de 4% entre 2018 e 2019, de 59 mil para 56 mil. Em 2022, foram 16,8 mil turistas.