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Senor Abravanel, assim nasceu Silvio Santos, em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Filho de Rebeca e Alberto, teve 5 irmãos: Beatriz, Leon, Perla, Henrique e Sara.

Ainda na adolescência, começou a vender utensílios nas ruas da capital fluminense para complementar a renda da família e frequentar as salas de cinema, sua atividade predileta. Em 1948, após ter sua mercadoria apreendida, foi indicado para participar de um concurso de formação de novos locutores na Rádio Guanabara, de onde saiu vencedor. Chegou a ingressar na Escola Militar de Paraquedismo do Exército, mas a comunicação falou mais alto. No ano seguinte retornou definitivamente ao rádio, e trabalhou nas rádios cariocas Mauá, Tupi e Continental, já adotando o nome artístico de Silvio Santos, uma inspiração vinda de sua mãe, que sempre o chamou de Silvio.

Na virada da década de 40 para 50, já com uma visão empreendedora, Silvio decidiu criar um comércio de bebidas, shows e bingo na Barca da Cantareira, que atravessava a cidade do Rio de Janeiro para Niterói. O sucesso foi imediato, mas a quebra da barca deixou o negócio à deriva, obrigando Silvio a se reinventar. Foi então que, em 1954, ele chegou em São Paulo num momento de festa, quando a cidade comemorava o quarto centenário e a inauguração do Parque do Ibirapuera, símbolo turístico da capital cosmopolita.

Com uma carta de referência de Fernando de Nóbrega, irmão de Manoel de Nóbrega, Silvio participou de um teste e, aprovado, foi contratado pela Rádio Nacional como locutor comercial de programas. Ali começa sua carreira na televisão.

Participando da programação do Canal 5, em 1957 Silvio comanda seu primeiro programa: Audições, com os principais maestros e orquestras da época além de cantores de rádio se apresentando ao vivo, em exibição simultânea da TV com a Rádio Nacional.

Empreendedor por excelência, no natal de 1958 oferece-se para auxiliar Manoel de Nóbrega com sua empresa, Baú da Felicidade, e observa, com a peculiar visão para os negócios, que ali havia uma grande oportunidade, fazendo com que o Baú, que passava por uma crise, se recuperasse e se transformasse no primeiro sistema de compras por carnê para brinquedos e utensílios domésticos, e não apenas para tecidos ou cestas de natal, como era a praxe da época. Em 1959, decide então fundar sua primeira empresa, denominada apenas com seu nome, dando início a sua pujante trajetória empresarial.

Em 1960, com o intuito de alavancar as vendas do Carnê do Baú, produz seu primeiro programa autoral: Vamos Brincar de Forca, uma pueril gincana onde todo mundo que participasse ganhava prêmios. Com o sucesso do “Forca”, outros games vieram em seguida como Ganhando e Apostando, Bolada Fik Forte, e um formato que perdura na TV: Pra Ganhar é Só Rodar, com o pitoresco pião giratório. A verve televisiva o desperta novamente para uma atitude vanguardista, e em 1962 funda a Publicidade Silvio Santos, sua primeira empresa de produção para televisão, organizadora de suas atrações.

Em 1963 inova e torna-se o primeiro grande produtor independente da TV, locando espaço dominical na programação da estação, estreando o Programa Silvio Santos, que além de um programa de televisão, tornou-se um hábito na vida de todos os brasileiros que se acostumaram a reunir-se em frente à TV para passarem juntos um domingo alegre, de alto astral, e com muita diversão, acompanhando Silvio e seus convidados nos 60 anos ininterruptos no ar.

No ano seguinte, Silvio traz mais um feito inédito: aluga horário na programação da TV Tupi para a condução de programas, sendo inicialmente aos sábados à tarde, e posteriormente no horário nobre noturno semanal. Estreia o Festival da Casa Própria e pela primeira vez, um programa de TV entregava semanalmente um automóvel e uma casa através de sorteios por carnê.

Em 1964 o controle da TV Paulista é entregue ao Grupo Globo, que inaugura no ano seguinte a TV Globo no Rio de Janeiro, e Silvio aumenta o tempo de seu programa.

Com a chegada da década de 70, a inovação, o talento empresarial e artístico, e a admiração do povo brasileiro, fazem Silvio conquistar novos espaços com a expansão de negócios, criando em 1972 o Grupo Silvio Santos, a holding controladora responsável pela gestão de mais de 30 empresas. No ano seguinte, monta seu primeiro polo de produção independente, o Centro de Produção Vila Guilherme, dando início às atividades dos Estúdios Silvio Santos, que produziam os programas de Silvio (e outros) para várias emissoras.

Nos anos 70, explode em audiência atingindo 100% de televisores ligados em inúmeras ocasiões, despertando a curiosidade de emissoras de TV do mundo todo, sendo tema de documentários.

Em dezembro de 1975, Silvio conquista a concessão de seu primeiro canal de televisão, colocando no ar em 14 de maio de 1976 a TV Studios Silvio Santos, TVS Rio, que serviu como embrião para sua sonhada rede de televisão. Em julho, deixa a TV Globo, onde era apresentado regularmente em preto e branco, estreando o dominical em cores na Tupi.

Em 1981, em um investimento milionário e uma incrível capacidade de renovação, graças à sólida força de atuação do Grupo Silvio Santos, de norte a sul do país, Silvio conquista a concessão do extinto canal 4 de São Paulo e inaugura o SBT, Sistema Brasileiro de Televisão.

Em 1996 Silvio comemora os 15 anos do SBT com a inauguração oficial de sua nova casa, o Complexo Anhanguera, e mesmo com mais de 40 anos de atividades na TV, mantém-se moderno e atualizado, renovando sua programação na década com: Topa Tudo por Dinheiro, Sorteio da Tele Sena, Tentação, Quer Namorar Comigo, Em Nome do Amor, Se Rolar Rolou, Gol Show e Xaveco.

A tranquilidade com que sempre lidou com os percalços do dia-a-dia fizeram com que Silvio Santos não se abatesse diante de grandes tempestades: enfrentou três incêndios em seus estúdios, e o sequestro de sua filha, so para citar o mínimo. Essa mesma simplicidade, aliada ao carisma e talento do animador, permitiram que em nenhum momento parasse de trabalhar ou permanecesse fora do ar, comandando programas ora de uma garagem improvisada, ora em um ginásio emprestado.

Silvio Santos é um dos criadores da TV brasileira tal qual a conhecemos hoje, foi ele quem pavimentou a estrada por onde percorrem hoje grandes animadores, alguns deles, ícones da televisão que aprenderam com Silvio a arte da comunicação como Gugu Liberato, Mara Maravilha, Celso Portiolli, Eliana, Maisa, entre outros. Sua visão à frente de seu tempo, trouxe investimentos que outrora parecessem ilógicos aos olhos da época, e que hoje perduram na normalidade como programas interativos, reality shows de confinamento, novelas importadas, entre outros formatos. É de Silvio Santos algumas iniciativas que hoje são premissa no telejornalismo brasileiro como a informalidade, a figura do âncora, a condução de reportagens no estilo câmera-repórter, apresentadores comandando telejornais em pé, e jornalismo na madrugada. Foi uma ideia de Silvio Santos trazer a narração esportiva feminina para a TV. É também uma visão sua implantar uma programação infantil amplificada para formar telespectadores.

Sua ausência física trará imensa lacuna para todos que o conheceram e trabalharam com ele, seja pelo bom humor, pela simpatia, pela simplicidade, ou pela austeridade no comando dos negócios, primando sempre pela honestidade e justiça, mas Silvio Santos é eterno, estará sempre presente em qualquer lar brasileiro, numa simples imitação de sua divertida gargalhada, seus marcantes trejeitos, sua perfeita dicção, sua inconfundível voz, suas marchinhas que tanto gostava de cantar, ou apenas em uma foto ou um vídeo apresentado em qualquer tela, que de imediato farão “sorrir e cantar” a qualquer um que se lembrar do “patrão” e num rompante de alegria perguntar “quem quer dinheiro?” a quem estiver do lado, ou tentar dobrar um aviãozinho para unicamente mantê-lo na memória.

Fonte e Fotos: SBT

 

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