O 401 (K) e o IRA, duas das mais populares contas de poupança para aposentadoria foram criadas para ajudar os americanos a pouparem um pouco mais para os chamados ‘golden years’.
Para isso, o governo federal concede aos poupadores incentivos fiscais, que segundo alguns economistas causam uma perda de cerca de $200 bilhões por ano em arrecadação fiscal. Dinheiro que poderia, por exemplo, ser investido na previdência social pública (Social Security).
E dados federais sugerem que essas contas e os benefícios fiscais que elas trazem beneficiam apenas alguns americanos, os ricos.
Para as famílias que estão entre os 10% mais ricos em termos de rendimento, as contas de poupança de aposentadoria tinham em média US$559,000 em 2022, de acordo com o Inquérito às Finanças do Consumidor.
Entre os americanos com rendimento médio, as poupanças de aposentadoria tinham em média apenas US$ 39 mil, e quase metade desse grupo não tinha poupança alguma para a aposentadoria.
Isso acontece porque muitos empregadores menores não oferecem planos 401(k). Mesmo quando o fazem, os trabalhadores frequentemente se recusam a participar porque não têm renda suficiente para poupar ou porque têm medo de precisar retirar o dinheiro antes da aposentadoria e terem penalidades fiscais.
Muitos economistas acreditam que os Estados Unidos enfrentam uma crise nas poupanças para a aposentadoria. Menos da metade dos americanos têm contas de aposentadoria, mostram os dados do Censo. Mesmo entre aqueles já em idade próxima da aposentadoria, entre os 56 e os 64 anos, a percentagem de contas de poupança ficou abaixo dos 60% em 2020.
Sem uma conta de aposentadoria, a maioria dos aposentados depende da Previdência Social. Mas os cheques mensais do Social Security foram em média cerca de US$ 1,800 em 2023. Uma família típica gerida por uma pessoa de 65 anos ou mais gasta US$ 4,345 por mês, de acordo com uma análise da BlackRock de estatísticas federais.
O governo não tributa a renda contribuída para um 401 (k) ou IRA tradicional. Você paga impostos quando retira os fundos na aposentadoria.
Mesmo assim, como mostram os dados descritos, a maioria dos americanos não tira vantagem disso, muitos porque não podem ou porque não têm acesso a isso. Esses americanos de baixos rendimentos têm prioridades mais prementes, como pagar aluguel, por exemplo.
Os americanos mais ricos, por outro lado, tendem a tirar o máximo proveito dos benefícios fiscais. De acordo com uma investigação do Urban-Brookings Tax Policy Center, três quintos dos benefícios fiscais das poupanças de aposentadoria vão para pessoas que se encontram entre os 20% mais ricos dos americanos em termos de rendimento. Mais de quatro quintos vão para pessoas que estão entre os 40% mais ricos.
O problema fundamental desse sistema de aposentadoria é que ele recompensa as pessoas que não precisam de ajuda, argumentam muitos economistas.
Então como fica o futuro da aposentadoria nos EUA?
Fonte: USA Today