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Vinte e três anos após o ataque mais mortal em solo americano na história do país, o mantra “Never Forget” perdura na consciência americana como um lembrete solene daquele dia. Mais de 3000 pessoas foram mortas quando aviões sequestrados foram jogados contra os prédios que compunham o World Trade Center e o Pentágono.

Para as milhares de famílias que acreditam que fatos importantes sobre o ataque que roubou seus entes queridos foram omitidos, esta é uma frase não tanto dita, mas vivida.

E não somente no dia 11 de setembro.

As famílias aguardam a decisão crucial de um juiz federal em sua batalha de anos na justiça contra a Arábia Saudita. Eles alegam que o país árabe formou uma rede de apoio que auxiliou os sequestradores nos EUA, levando ao ataque ao World Trade Center e ao Pentágono em 11 de setembro de 2001. A Arabia Saudita nega a acusação.

Em uma audiência em julho sobre uma ação saudita para rejeitar o caso, os advogados das famílias apresentaram evidências que, segundo eles, revelam a rede de apoio envolvendo vários altos funcionários sauditas trabalhando nos EUA — alguns dentro da embaixada em Washington, DC — que facilitou os movimentos dos sequestradores pelo país.

Embora 15 dos 19 sequestradores fossem cidadãos sauditas, a Arábia Saudita negou qualquer envolvimento do governo nos ataques. Os EUA há muito tempo dizem que seu parceiro estratégico do Oriente Médio não teve nenhum papel e que a Al Qaeda agiu por conta própria ao sequestrar quatro aviões comerciais e jogá-los contra as Torres Gêmeas na cidade de Nova York e o Pentágono. Um quarto avião, o voo 93 da United, caiu na Pensilvânia.

Mas as alegações de cumplicidade saudita persistiram. O litígio contra a Arábia Saudita existe desde 2002. Em 2016, o Congresso anulou um veto do então presidente Barack Obama para promulgar uma lei permitindo que indivíduos processassem governos estrangeiros por ataques terroristas, o que abriu caminho para que as reivindicações das famílias contra a Arábia Saudita prosseguissem.

Milhares de ações judiciais buscando indenização da Arábia Saudita por supostamente fornecer assistência material e financeira à Al Qaeda foram condensadas em um litígio multidistrital que está sendo supervisionado por um juiz distrital federal em Manhattan.

Uma das principais evidências apresentadas pelas famílias das vitimas é o envolvimento de um estudante que na época morava em Los Angeles, patrocinado pelo governo árabe. As famílias alegam que ele ajudou os sequestradores, enquanto a Arábia Saudita afirma que ele era apenas um estudante e voluntário numa mesquita, que ajudava os recém-chegados, sobretudo quem não falava inglês, a encontrar moradia e se estabelecer na cidade.

Os advogados que defendem as famílias das vítimas afirma que o caso que rola há anos na justiça tem o objetivo de enviar uma mensagem muito forte ao mundo de que, “se você atacar americanos em solo americano, nós o responsabilizaremos em um tribunal dos EUA”.

Fonte: CNN

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