Segundo dados do Censo 2022 realizado pelo IBGE, órgão de estatísticas do governo brasileiro, o Brasil abriga aproximadamente 1,7 milhão de indivíduos autodeclarados indígenas pertencentes a 305 etnias. Esta população representa 0,83 por cento da população total do país.
Mais da metade – 51,25% ou 867.900 indígenas – reside na região da Amazônia Legal.
As comunidades indígenas estão distribuídas em 86,7% dos municípios do Brasil. Os estados do Amazonas (490.900) e da Bahia (229.100) abrigam as maiores populações indígenas, representando coletivamente 42,51% da população indígena total. No Brasil, existem 274 línguas faladas por vários povos indígenas. Antes da colonização portuguesa, estima-se que esse número chegasse a 1.200 línguas, servindo como veículos de transmissão oral de conhecimentos ancestrais.
Por ocasião do Dia dos Povos Indígenas nesta sexta-feira (19/04), a Funai, autoridade indigenista nacional, promove o ‘Abril Indígena 2024’ durante todo o mês. Esta iniciativa abrange um espectro de atividades, incluindo exposições, feiras, iniciativas de cidadania e esforços de inclusão. Esses empreendimentos visam homenagear culturas e ancestrais e, ao mesmo tempo, comemorar a resiliência e as lutas contínuas desse segmento da população brasileira.
Joenia Wapichana, presidente da Funai, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) destacou que desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023, a Funai, criada há 56 anos, revigorou seu compromisso institucional com a salvaguarda dos povos indígenas. Segundo ela, esse ressurgimento ocorre depois do que ela descreve como a erosão das políticas voltadas aos assuntos indígenas, à proteção ambiental e à assistência a esse grupo demográfico.
Segundo Wapichana, os desafios enfrentados pelos povos indígenas no Brasil refletem os enfrentados pela Funai. Os principais objetivos da organização incluem solidificar as demarcações de terras e garantir a preservação e gestão sustentável dos territórios indígenas. Além disso, priorizam a defesa dos direitos indígenas, capacitando as comunidades para embarcarem em projetos que promovam a sustentabilidade e o bem-estar, salvaguardando modos de vida, cultura e língua tradicionais, promovendo a segurança física e protegendo povos isolados e de contato recente.
“A principal exigência dos povos indígenas é garantir a proteção de suas identidades e prevenir a violência baseada unicamente em sua condição indígena”, afirmou. “Preservar estes direitos, consagrados na nossa Constituição, continua sendo a nossa principal prioridade para evitar qualquer regressão ou erosão.”
Fonte: Agência Brasil