Infelizmente, hoje em dia são poucas as crianças que obedecem ou respeitam os pais devidamente. Um pouco (ou muito), pode se dizer, os próprios pais são culpados. Vivemos numa época onde cada um quer as coisas para si e poucos pensam no próximo. Muitos filhos crescem em lares onde os pais fazem tudo para eles, sem exigir absolutamente nada em troca. As crianças entendem com isso que não há limites e de repente começam a exigir mais e mais, como se fossem os donos do lar.
Nenhum pai (ou mãe) faz nenhum favor a seus filhos ao tratá-los como príncipes, cumprindo cada desejo deles. Uma criança deve ter a obrigação de ajudar no serviço do lar, fazendo algo para os pais como trazer um simples copo de água ou chá; ajudar no preparo dos alimentos, nas compras, etc.
Uma criança deve ouvir a palavra “não”, mas não um “não” que vai ser desprezado. Um “não” que realmente significa “não”. Isto é possível somente quando o “não” não torna-se constante, nem é usado para tudo. É possível usar “sim” em vez de “não” como por exemplo quando a criança quer um biscoito (e é antes do almoço) ou quer dormir na casa de um amigo (e você acha que indo dormir tarde não conseguirá acordar em tempo no dia seguinte), em vez de dizer “não”, deve-se dizer “sim, depois do almoço” ou “sim, no final de semana”, etc.
Ao passo que a criança vai crescendo, se ela sabe que os pais são a única autoridade no lar e não os filhos, irá respeitar e obedecê-los. Mas se desde pequena tudo que ela quer ela ga-nha, como terá limites?
E quando não querem deixar-lhe fazer o que quer, começa a responder e falar sem respeito – isto se chama ousadia. Uma criança que fala com os pais desta forma deve ser interrompida imediatamente! Ela tem um dever de respeitar os pais, e nós temos um dever de ensinar este respeito. Faz parte das obrigações dos pais de educar que vai além de proporcionar os meios para seus estudos.
A criança que fala em voz alta com seus pais deve-se firmemente dizer a ela para repetir a mesma coisa em tom de voz normal e com educação. Lógico que se os pais falam assim não dá para exigir mais nada. Primeiro temos que ser um exemplo! Se a criança prossegue com desrespeito, deve-se pedir para ela se retirar até se acalmar e sugerir que ela aproveite o “brake” para treinar como falar com os pais. Isto não é fácil e portanto muitos pais desistem e se entregam, realizando os desejos das crianças. Mas não fazemos nenhum favor para nossos filhos agindo desta maneira.
Nós temos que fazer a nossa parte. O resto está na mão de Deus.
Um filho é obrigado a dar respeito mesmo se não recebe nada de seus pais, pois respeitar os pais não é para retribuir tudo que fizeram por nós, mas simplesmente pelo fato de ser seu pai ou sua mãe.
Assim como se deve respeitar qualquer ser humano, o mesmo se aplica a nossos filhos – eles também são seres humanos. Às vezes esquecemos deste ponto e chamamos a atenção dos filhos ou brigamos com eles ou até rebaixamos ou castigamos eles na frente de amigos ou vizinhos. Isto é realmente uma falta de respeito para com os filhos. Sempre que nos achamos no direito de criticar um filho (e é bom pensar antes se a critica é absolutamente necessária, se vai surtir efeito, se não seria melhor elogiar um ato positivo desta criança ou de outra que está fazendo o que é certo no momento; se depois de tudo isso, os pais ainda acham que deveriam criticar algum ato) é bom lembrar que deve ser feito entre quatro olhos – justamente para manter o respeito.
Filhos aprendem mais através de exemplos do que com instruções e palavras. Um filho que recebe respeito também o saberá dar.
Fonte: www.chabad.org, por Yaakov Lieder